Investimentos buscados pelo Piauí requerem tempo e regulação para serem feitos

É uma competição em que vence o que estiver mais preparado

Por Redação PortalAZ,

As viagens internacionais de Rafael Fonteles já o levaram à Estônia, França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Estados Unidos, China, Japão e Coreia do Sul. Tudo isso em menos de um ano de mandato. Noves fora os bicões que sempre viajaram em comitivas oficiais de governadores do Piauí, nas viagens atuais o governante se cercou de duas ações profissionais: o suporte do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) e de documentações assinadas para formalizar interesses mútuos e possibilidade de intercâmbios.

Foto: Edição do Portal AZ/ReproduçãoRafael Fonteles na Ásia

As críticas pelas viagens em si e pelos bicões que se colocam nas comitivas sem nenhuma serventia podem e devem ser feitas – mas é inadequado um outro tipo de crítica: a de que tratativas com empresas e governos estrangeiros apresentem resultados imediatos. Há uma maturação para investimentos porque quem aplica dinheiro é movido na mesma medida por vontade de ganhar mais e desconfiança de que pode perder muito se fizer o negócio errado.

Foto: ReproduçãoRafael e auxiliares  (até Marcelo Noleto, secretário de Governo) em aventuras no exterior vendendo a ideia do hidrogênio verde
Rafael e auxiliares (até Marcelo Noleto, secretário de Governo) em aventuras no exterior vendendo a ideia do hidrogênio verde
Assim, memorados e cartas de intenções firmados para atrair investimentos, sobretudo em razão da transição energética ou descarbonização da economia, somente devem se concretizar após outras tantas rodadas de negociações – e, claro, o cumprimento de exigências que certamente investidores vão fazer para colocar seu dinheiro no Piauí.

O caso do hidrogênio verde é exemplar. Para a produção desse combustível obtido por eletrólise, é fundamental ter água em abundância, o que não parece ser um problema em boa parte do Piauí; e fontes de energia limpa, o que também é uma vantagem comparativa que o Estado tem. Então, por que investimentos que o governo anuncia na casa de R$ 50 bilhões com empresas europeias não são logo feitos? Porque não há um marco legal para a geração dessa nova fonte de energia, ou seja, não há segurança jurídica. A bola, no caso, está com o Congresso Nacional.

Mas outros investimentos buscados podem ser concretizados porque existem normas legais e procedimentos aos quais se aplicam. Verdade, mas também neste caso o governo do Piauí que prospecta investidores precisa apresentar a eles mais que as intenções iniciais e, nestas circunstâncias, vai precisar profissionalizar ainda mais sua agência de atração de investimentos, criada a toque de caixa no final da gestão anterior. Isso também requer tempo e muita energia. Será bom que se arregacem as mangas porque há outro fator importante a ser considerado: todos os estados brasileiros agora têm gestões que buscam atrair investimentos privados. É uma competição em que vence o que estiver mais preparado.

Fonte: Portal AZ

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