Planalto volta atrás e sela paz com Tarcísio sobre túnel Santos-Guarujá
Governo federal e São Paulo concordam com financiamento conjunto para obra estimada em R$ 6 bilhões.
Após um mal-estar no começo do ano, o governo federal recuou do plano de avançar com a construção do túnel Santos-Guarujá sem a participação financeira do estado de São Paulo, avaliada em cerca de R$ 6 bilhões.
Nesta terça-feira (30), uma reunião entre o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) selou um acordo para a execução da obra. O encontro ocorreu antes de Tarcísio se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Conforme relatos de fontes próximas aos dois lados à CNN, ficou acertado que a obra será realizada com recursos iguais da União e do Tesouro paulista, com investimentos adicionais de financiadores privados por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
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O governo federal deverá investir R$ 2,7 bilhões no projeto, enquanto São Paulo contribuirá com a mesma quantia, por meio de financiamento do BNDES ou de agências internacionais de desenvolvimento.
A expectativa é que seja necessário um pequeno aporte adicional de investidores para concluir o financiamento do túnel, possivelmente através de uma PPP, com um leilão previsto para novembro.
O túnel Santos-Guarujá é uma antiga reivindicação na Baixada Santista e tem o potencial de beneficiar pelo menos 80 mil pessoas diariamente, reduzindo significativamente o tempo de viagem entre as duas cidades.
Além disso, a previsão é que o túnel tenha uma faixa dedicada para a passagem de veículos leves sobre trilhos (VLTs), contribuindo para a mobilidade urbana, e resulte em uma redução de 72 mil toneladas de CO2 emitidas por ano.
Por trás dos aspectos técnicos e financeiros, há um contexto político em jogo. Tarcísio, ex-ministro da Infraestrutura, construiu uma reputação de "tocador de obras" antes de assumir o governo de São Paulo, e a ideia inicial do Planalto de afastar São Paulo do projeto minava essa imagem.
A construção do túnel seria inicialmente uma contrapartida para quem assumisse a privatização do Porto de Santos durante a gestão de Tarcísio como ministro. No entanto, com a mudança de governo, Lula descartou a privatização e optou por seguir com o projeto do túnel como obra pública, com ou sem aporte do setor privado.
Fonte: CNN Brasil