Lula faz críticas a Israel e acusa países ricos de covardia contra a Palestina
Presidente afirmou também condenou os ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro, aos quais se referiu novamente como "ataques terroristas"
No primeiro dia de seus compromissos oficiais no Egito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas a Israel nesta quinta-feira (15), acusando os países ricos, incluindo os EUA, de "desumanidade" e "covardia" por terem cortado o financiamento da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). Segundo o governo israelense, o órgão estaria colaborando com o Hamas.
"Quando o povo palestino mais precisa de apoio, os países ricos decidem cortar a ajuda humanitária à agência da ONU para os refugiados palestinos. É preciso acabar com essa desumanidade e covardia. Basta de punição coletiva", declarou o presidente brasileiro.
- Participe do nosso grupo de WhatsApp
- Participe do nosso grupo de Telegram
- Confira os jogos e classificação dos principais campeonatos
Lula assegurou que o Brasil fará um "novo aporte" para a agência da ONU. "Exortamos todos os países a manterem e reforçarem suas contribuições", afirmou Lula, após uma sessão do Conselho da Liga Árabe.
Além disso, o presidente recordou que o Brasil condenou os ataques do Hamas a Israel - na época, Lula só chamou o Hamas de "terrorista" após pressão interna, 13 dias depois do atentado. "Condenamos e chamamos o ato de terrorista. Mas não há justificativa para o comportamento de Israel, que, a pretexto de derrotar o Hamas, está matando mulheres e crianças", disse Lula, que também defendeu o cessar-fogo e a libertação dos reféns - incluindo o brasileiro Michel Nisenbaum, cujo paradeiro é desconhecido.
O presidente brasileiro também expressou preocupação com a iminente incursão terrestre de Israel em Rafah, cidade ao sul da Faixa de Gaza, onde 1,4 milhão de palestinos buscaram refúgio. Ele destacou que essa ação prenuncia uma "calamidade" e vai contra a ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para que o país evite atos de genocídio durante os combates.
Início da guerra
O conflito entre Israel e Hamas teve início após os ataques terroristas ocorridos em 7 de outubro, quando terroristas palestinos tiraram a vida de 1,2 mil civis em território israelense e sequestraram cerca de 240 pessoas. O governo israelense acusou 12 funcionários da UNRWA de participação nos ataques, o que resultou em suas demissões e abertura de uma investigação pela ONU.
A guerra inflamou o Oriente Médio, com troca de disparos entre Israel e o Hezbollah na fronteira do Líbano, foguetes lançados pela milícia houthi do Iêmen em solidariedade aos palestinos, contra navios no Mar Vermelho e ataques de facções pró-Irã contra tropas americanas no Iraque e na Jordânia.
Recentemente, o Hezbollah prometeu retaliar os ataques israelenses no sul do Líbano, ocorridos na quarta-feira, que resultaram na morte de 3 combatentes e 10 civis, incluindo 4 crianças. Um dos líderes da milícia, Ali Mohamed al-Debes, estaria entre os mortos. Israel afirmou ter bombardeado a cidade de Nabatiyeh após o Hezbollah disparar foguetes contra a base de Safed, resultando na morte de uma soldado israelense.
Palestina
Ontem, ao lado de Lula, o presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sisi, defendeu mais uma vez a criação de um Estado palestino que tenha Jerusalém como capital. O egípcio ressaltou que ele e Lula concordam em diversos temas quando se trata da guerra.
"Concordamos sobre a importância de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, da libertação dos reféns e do acesso humanitário com o maior número de recursos possível para salvar os civis e chegar à fase do pós-guerra, tendo Jerusalém como capital de um Estado palestino" afirmou o presidente egípcio.
Desde o fim do ano, Sisi tem defendido que a solução para o conflito passa pela criação de um Estado palestino, com as fronteiras de 1967 e Jerusalém como capital. "Estamos prontos para que este Estado seja desmilitarizado e para que haja garantias da presença de forças militares, seja da Otan, da ONU, árabes ou americanas, para que possamos alcançar a segurança de Israel e da Palestina." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
Fonte: Com informações do Estadão Conteúdo