Costa Neto e Torres quebram silêncio em inquérito sobre quartelada
Presidente do PL e ex-ministro da Justiça respondem à PF sobre suposta tentativa de golpe
O pacto de silêncio entre Jair Bolsonaro e os militares convocados a depor na Polícia Federal foi quebrado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Segundo seus advogados, ambos responderam às perguntas dos agentes durante os interrogatórios.
A defesa de Costa Neto afirmou que ele compareceu à PF e respondeu a todas as perguntas, sem fornecer mais detalhes sobre o conteúdo do depoimento. Já Torres, em nota divulgada após cinco horas de depoimento, salientou que respondeu serenamente a todas as perguntas formuladas pelos investigadores, esclarecendo as dúvidas relacionadas aos fatos investigados.
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Apesar de não se conhecer o teor das respostas dadas por Costa Neto e Torres, o fato aumenta as preocupações de Bolsonaro e seus aliados, especialmente às vésperas de um ato planejado pelo ex-presidente para fazer uma defesa junto a seus apoiadores. Há receio de que as respostas dadas pelos depoentes potencializem informações já obtidas pela PF, incluindo o roteiro do suposto golpe revelado pela delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Outro envolvido no caso, Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro para assuntos internacionais, também negou ter entregue uma "minuta de golpe" ao ex-presidente em seu depoimento à PF. Martins está preso desde fevereiro deste ano.
Enquanto Costa Neto, Torres e Martins responderam às perguntas da PF, Bolsonaro optou pelo silêncio em seu depoimento, conforme relataram seus advogados. O ex-presidente esteve na PF por aproximadamente 20 minutos e não falou com a imprensa ao deixar o local.
Além de Bolsonaro, permaneceram em silêncio os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Almir Garnier, totalizando 23 pessoas convocadas para depor em diferentes cidades do país.
A investigação tem como base um vídeo de uma reunião ministerial de julho de 2022 e documentos de uma suposta minuta golpista encontrados em operações da PF.
Fonte: Correio Braziliense