'Paula Dentro' do PL tem jingle vetado por propaganda com duplo sentido no RS

Paula Camargo retira jingle de duplo sentido após repercussão negativa e intervenção do Ministério Público

Por Dominic Ferreira, 04/09/2024 14:02

A candidata a vereadora Paula Camargo, do Partido Liberal (PL), em Rio Pardo, Rio Grande do Sul, foi obrigada a suspender o uso de um jingle de campanha que gerou polêmica por seu conteúdo com duplo sentido. O jingle, intitulado "Paula Dentro", continha versos como "O que as mulheres estão pedindo? Paula dentro!" e "Rio Pardo também precisa de Paula dentro", que, segundo o Ministério Público (MP) do estado, possuíam conotação sexual.

Foto: Reprodução

Paula Camargo retira jingle de duplo sentido após repercussão negativa e intervenção do Ministério Público.

O caso ganhou notoriedade e levou o MP a intervir. Em um acordo firmado no dia 26 de agosto, Paula Camargo aceitou retirar o jingle de suas redes sociais e de sua campanha. A decisão foi tomada após uma reunião entre a candidata e a promotora Christine Mendes Ribeiro Grehs, que apontou o potencial da música em causar interpretações negativas, especialmente por conta de seu conteúdo ser considerado inadequado e desrespeitoso.
Paula Camargo, que disputa sua primeira eleição, afirmou discordar da interpretação dada ao jingle, defendendo que o uso do seu nome na música não era pejorativo. No entanto, ela decidiu acatar o acordo para evitar maiores complicações em sua campanha. A candidata explicou que sua intenção era viralizar o jingle nas redes sociais, considerando que possui poucos recursos financeiros para promover sua candidatura de forma tradicional.
A promotora Christine Grehs fundamentou sua decisão com base nos artigos 242 e 243 do Código Eleitoral. O artigo 242 proíbe propagandas que criem estados mentais, emocionais ou passionais artificialmente na opinião pública, enquanto o artigo 243 veda propagandas que depreciem a condição da mulher ou estimulem sua discriminação, dispositivo este reforçado pela Lei nº 14.192/2021.
O caso não foi levado à Justiça, mas serve como um alerta sobre os limites da propaganda eleitoral, especialmente em tempos de redes sociais, onde o impacto das mensagens pode ser amplificado.

Confira o jingle