Haddad diz que pacote de corte dos gastos deve ser anunciado até o dia 14
Medidas enfrentam resistência de ministros e críticas internas no PT
O aguardado pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chega à terceira semana de discussões sem definição para o anúncio oficial, que já foi adiado várias vezes. Embora o corte no Orçamento esteja decidido, ajustes finais ainda são necessários, e Haddad sinalizou que o anúncio poderá ocorrer até quinta-feira (14), antes da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Rio de Janeiro para a cúpula do G20.
A demora e a expectativa em torno das medidas têm gerado tensões tanto no mercado financeiro quanto na base aliada de Lula. Nos últimos dias, Haddad realizou reuniões com ministros e líderes políticos para contornar as resistências dentro do próprio governo. Ele afirmou que as mudanças visam um ajuste “para o bem dos trabalhadores”, mas sofre pressões de aliados sobre o corte de recursos em áreas sociais.
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Nesta semana, o presidente Lula deve se reunir novamente com ministros das pastas de Trabalho, Previdência, Desenvolvimento Social e Saúde, áreas mais impactadas pelos cortes previstos no pacote. Além disso, o apoio interno dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) tem sido ambíguo. Em um manifesto assinado com 43 organizações e partidos aliados, como PDT, PSol e PCdoB, o PT criticou o que considerou uma “pressão do capital financeiro” para a realização do ajuste fiscal. O documento aponta preocupações sobre o impacto das medidas em programas sociais e direitos trabalhistas.
Por outro lado, membros da legenda, como o deputado estadual paulista Emídio de Souza, criticaram o posicionamento do partido, destacando que o PT “não pode ser oposição do governo”. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o manifesto visa apenas reforçar a resistência às “pressões do mercado”, sem desautorizar o presidente.
Enquanto o governo busca concluir o pacote fiscal, o mercado tem reagido com incertezas. A oscilação do dólar, que chegou a R$ 5,80 no início da semana, reflete a preocupação dos investidores com o equilíbrio das contas públicas. Especialistas apontam que o atraso e a falta de consenso sobre o pacote intensificam as especulações econômicas.
Apesar das divergências internas e dos ajustes em curso, Haddad garantiu que pretende finalizar a proposta até esta semana. A expectativa é que o texto seja enviado ao Congresso em formato de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), sendo primeiramente discutido com líderes do Legislativo.
Fonte: Com informações do Correio Braziliense