Lula defende Justiça e critica anistia a Bolsonaro durante visita ao Japão

Presidente comenta decisão do STF que torna ex-presidente réu por tentativa de golpe

Por Dominic Ferreira,

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou, na noite de quarta-feira (26), sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete pessoas réus por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado no Brasil. Em coletiva de imprensa realizada em Tóquio, onde cumpre agenda de visita de Estado, Lula afirmou que a Justiça brasileira está cumprindo seu dever ao aceitar a denúncia e destacou a seriedade da investigação conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert | PRCapa
Presidente Lula em visita a Tóquio.

Lula enfatizou a clareza das evidências que apontam para a tentativa de golpe por parte de Bolsonaro. "É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no país. É visível, por todas as provas, que ele tentou contribuir para o meu assassinato, para o assassinato do vice-presidente e para o assassinato do ex-presidente da Justiça Eleitoral brasileira. Todo mundo sabe o que aconteceu nesse país", declarou.

O presidente criticou os pedidos de perdão de crimes antes do julgamento, afirmando que tais solicitações implicam um reconhecimento de culpa. "Não adianta, agora, ele ficar fazendo bravata, dizendo que está sendo perseguido. Só ele sabe o que ele fez, sabe que não é correto. E não adianta ficar pedindo anistia antes do julgamento. Quando ele pede anistia antes do julgamento significa que está dizendo que foi culpado. Ele deveria provar a inocência dele porque não precisava pedir anistia", ressaltou.

Durante a coletiva, o presidente também avaliou sua visita ao Japão como a mais significativa que já realizou no país, ressaltando a importância de estreitar laços entre Brasil e Japão, especialmente em tempos de ameaças à democracia em diversas partes do mundo. Lula destacou a necessidade de discutir questões como proteção ao comércio e mudanças na governança global, incluindo a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Ele expressou satisfação com os encontros que teve, incluindo diálogos com o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba e o imperador Naruhito.

Após a visita ao Japão, Lula seguirá para uma visita oficial ao Vietnã antes de retornar ao Brasil. A viagem, que ocorre em um momento crítico para a democracia global, foi marcada por discussões sobre defesa da democracia e multilateralismo, demonstrando a preocupação do presidente com o crescimento de movimentos de extrema-direita e negacionistas ao redor do mundo. Em 2025, Brasil e Japão celebrarão 130 anos de relações diplomáticas, e a visita de Lula é vista como um passo importante para fortalecer essas relações.

Fonte: Agência Brasil

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