Aprovação de Lula cai para 41% e desaprovação vai a 56%, diz Pesquisa Quaest
A pesquisa da 13ª rodada do mês de março de 2025, mostra um cenário péssimo para o governo Lula
A nova pesquisa da Genial/Quaest da 13ª rodada do mês de março de 2025, revela um cenário desafiador para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em um intervalo de apenas um mês, a aprovação ao seu governo caiu de 47% para 41%, enquanto a desaprovação subiu sete pontos percentuais, atingindo 56%.

Esses números refletem uma crescente insatisfação popular, que se manifesta em diferentes segmentos da sociedade e regiões do país.
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A pesquisa, realizada presencialmente com 2.004 entrevistados em 120 municípios, mostra que a queda na aprovação do governo ocorre em meio a uma percepção majoritariamente negativa sobre a economia e a gestão de áreas essenciais, como segurança e educação. Além disso, pela primeira vez, a desaprovação de Lula entre as mulheres superou sua aprovação, um indicativo de que o governo enfrenta desafios crescentes em sua base de apoio.
Desaprovação cresce em todas as regiões, incluindo o Nordeste
Historicamente, o Nordeste tem sido um bastião de apoio a Lula, sendo a região onde ele obteve suas maiores votações nas eleições presidenciais. No entanto, a nova pesquisa aponta que a desaprovação ao governo cresceu mesmo entre os nordestinos, evidenciando que o desgaste da administração não se restringe apenas às regiões Sul e Sudeste, que tradicionalmente possuem um eleitorado mais crítico ao presidente.

Além disso, a insatisfação com o governo também avançou em outras faixas da população, como entre os mais jovens, entre eleitores de baixa renda e mesmo entre aqueles que votaram em Lula no segundo turno de 2022. Esse fenômeno indica que a popularidade do presidente enfrenta dificuldades em se manter estável, independentemente da classe social ou da faixa etária.
Mulheres passam a rejeitar mais o governo do que a aprová-lo
Um dos dados mais emblemáticos da pesquisa é o aumento da rejeição ao governo entre as mulheres. De acordo com os números, a desaprovação do governo Lula entre elas passou de 47% para 53%, ultrapassando a taxa de aprovação. Este é um dado significativo, pois o eleitorado feminino foi um dos principais alvos da campanha petista em 2022, com promessas voltadas para a valorização do trabalho feminino, programas sociais e políticas de proteção às mulheres.

Esse crescimento da insatisfação feminina pode estar ligado a fatores como a alta dos preços dos alimentos e a dificuldade de inserção no mercado de trabalho. A pesquisa da Quaest mostra que a percepção econômica negativa está fortemente associada ao aumento da desaprovação ao governo, o que pode explicar a mudança de sentimento nesse grupo específico.
Economia: maioria acredita que o país piorou no último ano
A economia segue como um dos principais pontos de preocupação da população. De acordo com o levantamento, 56% dos entrevistados acreditam que a economia do Brasil piorou nos últimos 12 meses, enquanto apenas 26% acham que ela se manteve igual e um percentual ainda menor considera que houve melhora.

Além disso, 44% dos entrevistados afirmam que a comunicação do governo federal continua igual, mesmo após a troca de ministros da Secretaria de Comunicação. Isso indica que, para uma parcela significativa da população, o governo não tem conseguido transmitir suas ações de maneira eficaz, o que pode estar contribuindo para a queda na aprovação.
Outro dado importante é que uma parcela expressiva dos entrevistados percebe dificuldades em conseguir emprego. A pesquisa perguntou aos brasileiros se hoje é mais fácil ou mais difícil encontrar uma vaga de trabalho em comparação ao ano passado. A maioria respondeu que está mais difícil, reforçando a sensação de crise econômica e de redução do poder de compra.
Comparação com Bolsonaro e expectativas para os próximos anos
A pesquisa da Quaest também buscou comparar o governo Lula com a administração anterior de Jair Bolsonaro. Os entrevistados foram questionados se acreditam que o governo atual está melhor, igual ou pior que o governo anterior. Embora os dados completos não tenham sido detalhados, sabe-se que há uma tendência crescente de comparação entre as duas gestões, e essa percepção pode influenciar a popularidade do presidente no futuro.

Outro aspecto avaliado foi a expectativa da população para os próximos dois anos de mandato. A pesquisa perguntou se os entrevistados gostariam que Lula mantivesse a atual linha de governo ou se fizesse mudanças. Os resultados indicam que uma parcela considerável dos brasileiros deseja alterações no rumo da administração, especialmente no que diz respeito à economia e à segurança pública.
Desafios para o governo e cenário político futuro
Os números apresentados pela Quaest indicam um cenário preocupante para o governo Lula. Com a popularidade em queda, o presidente pode enfrentar dificuldades em aprovar projetos importantes no Congresso e em manter sua base política coesa. A oposição, por sua vez, pode se fortalecer, utilizando os dados da pesquisa como argumento para questionar a eficácia das políticas econômicas e sociais do governo.
Além disso, o aumento da desaprovação em todas as regiões do país, incluindo o Nordeste, e a mudança na percepção das mulheres em relação ao governo são alertas importantes para a equipe presidencial. Se essa tendência de insatisfação continuar nos próximos meses, o governo pode enfrentar uma crise de popularidade ainda mais profunda, o que pode impactar diretamente as eleições da base em 2026 e até mesmo a viabilidade de uma eventual candidatura de Lula à reeleição.

Para reverter esse quadro, será fundamental que o governo apresente medidas concretas para melhorar a economia, reduzir a inflação e aumentar a oferta de empregos. Além disso, a comunicação governamental precisará ser ajustada para garantir que suas ações sejam compreendidas e bem recebidas pela população, o que parece está longe de acontecer.
A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 31 de março, com 2.004 entrevistas presenciais em todo o país, possuindo margem de erro de 2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%, com dados baseados no TSE-2024, IBGE-PNADC 2024 e Censo 2022.
Fonte: Portal AZ