Deputado do PL pede desculpas após desejar a morte de Lula em sessão na Câmara

Gilvan da Federal havia afirmado que "nem o diabo" queria Lula. Após as falas, a AGU solicitou que a Polícia Federal e o Ministério Público investiguem as falas do parlamentar

Por Rayfran Junior,

O deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) voltou atrás e pediu desculpas nesta quarta-feira (10) após afirmar, em sessão da Comissão de Segurança da Câmara, que desejava a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração gerou forte repercussão e levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a pedir a abertura de investigação criminal contra o parlamentar.

Foto: Zeca Ribeiro / Agência CâmaraDeputado Gilvan da Federal (PL)
Deputado Gilvan da Federal (PL)

"Eu aprendi com o meu pai que um homem deve reconhecer os seus erros", disse o deputado. "Um cristão não deve desejar a morte de ninguém. Eu não desejo a morte de qualquer pessoa, mas continuo entendendo que Luiz Inácio Lula da Silva deveria estar preso. Reconheço que exagerei na minha fala. Peço desculpas", afirmou.

Durante a sessão da última terça-feira (9), Gilvan disse por três vezes que gostaria que o presidente morresse. “Nem o diabo quer o Lula, é por isso que ele está vivendo aí, superou o câncer. Tomara que tenha uma taquicardia porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando o Brasil. E eu quero mais é que ele morra mesmo”, declarou.

A AGU solicitou que a Polícia Federal e o Ministério Público investiguem as falas do parlamentar, que podem configurar crimes como incitação ao crime e ameaça. O órgão também apontou que as manifestações podem ter ultrapassado os limites da imunidade parlamentar.

As declarações ocorreram durante o debate de um projeto de lei, relatado por Gilvan, que trata do desarmamento da segurança pessoal do presidente da República. A proposta, de autoria do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), foi aprovada na comissão, mas ainda precisa ser analisada por outras duas comissões da Câmara antes de seguir para o Senado.

A postura do deputado foi criticada por colegas de partido. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que "não é a postura que se espera de um parlamentar que está ali para discutir as coisas sérias do Brasil".

Gilvan da Federal também acumula outros episódios polêmicos. Em março deste ano, ele foi condenado pela Justiça Eleitoral por violência política de gênero. Em 2021, quando ainda era vereador, chamou a então vereadora Camila Valadão (PSOL-ES) de "satanista", "assassina de bebês" e "assassina de crianças" durante uma sessão legislativa.

Fonte: Portal AZ

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