CNJ afasta desembargador por apoio à Bolsonaro e acusações graves contra Lula

O desembargador bolsonarista acusou o atual presidente Lula de participar da facção criminosa Comando Vermelho. Ele ficará afastado das funções por 60 dias

Por Rayfran Junior,

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, nesta semana, afastar por 60 dias o desembargador Marcelo Lima Buhatem, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), por divulgar mensagens com teor de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante o período, Buhatem ficará em disponibilidade — ou seja, afastado das funções, mas com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

Foto: ReproduçãoAlém de mensagens de teor-partidário, o desembargador Marcelo Buhatem foi acusado de associar, sem provas, Lula ao Comando Vermelho
Além de mensagens de teor-partidário, o desembargador Marcelo Buhatem foi acusado de associar, sem provas, Lula ao Comando Vermelho

O magistrado respondia a um processo administrativo disciplinar por outras acusações, como suposto tráfico de influência, paralisação irregular de processos e omissão em comunicar suspeição em casos onde uma parente atuava como advogada. No entanto, o relator do processo, conselheiro Alexandre Teixeira, optou por não acatar essas denúncias, considerando que não havia provas suficientes de infração.

A punição se concentrou, portanto, nas manifestações políticas publicadas por Buhatem, especialmente em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo os autos, o desembargador fez reiteradas publicações no LinkedIn, inclusive uma em que aparece jantando com Bolsonaro e sua comitiva em Dubai. Em outra ocasião, enviou mensagem via WhatsApp associando o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, à facção criminosa Comando Vermelho.

A defesa alegou que o magistrado apenas “curtiu” postagens institucionais de Bolsonaro e que não fez manifestações pessoais. Contudo, o plenário do CNJ concluiu que os conteúdos publicados promoveram desconfiança social sobre a Justiça e o sistema eleitoral brasileiro.

Inicialmente, o relator sugeriu o afastamento por 90 dias, mas a maioria dos conselheiros votou pela redução da pena para 60 dias, considerando decisões anteriores em casos similares. O acórdão reforça que a conduta de Buhatem violou a Constituição e os princípios que regem a magistratura, ao revelar preferência político-partidária de forma indevida.

Fonte: Com informações da Agência Brasil

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