Governo Lula reage a escândalo do INSS e culpa Bolsonaro por omissão em fraudes

Em coletiva, Planalto anuncia programa de ressarcimento e responsabiliza ex-presidente

Por Dominic Ferreira,

O governo federal está enfrentando um intenso escândalo relacionado ao INSS, que tem sido amplamente explorado pela oposição. Em uma coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, ministros e autoridades anunciaram um programa de ressarcimento às vítimas das fraudes, além de listar novas ações contra 12 entidades acusadas de envolvimento no esquema. Durante a coletiva, o governo também responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro por não ter tomado medidas para investigar e barrar o esquema criminoso, que se tornou uma das crises mais desafiadoras da gestão atual de Luiz Inácio Lula da Silva.

Foto: Daniel Estevão/AscomAGUWolney, Messias, Sidônio (em pé) e Carvalho na coletiva no Planalto.
Wolney, Messias, Sidônio (em pé) e Carvalho na coletiva no Planalto.

Participaram da coletiva os ministros Wolney Queiroz (Previdência), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União), além do presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior. Os ministros enfatizaram que foi sob o governo Lula que as investigações sobre os descontos ilegais começaram. Wolney Queiroz, que assumiu o cargo após a demissão de Carlos Lupi, destacou a determinação do presidente Lula em apurar as responsabilidades e proteger os aposentados de prejuízos.

A oposição criticou o governo pela demora na investigação das fraudes e pelo aumento dos descontos na gestão atual. Embora o plano de ressarcimento tenha sido anunciado, ainda não há previsão sobre quando as vítimas receberão o dinheiro de volta. O governo, por sua vez, tenta redirecionar a responsabilidade para Bolsonaro, ressaltando que muitas das associações envolvidas no escândalo foram criadas após 2019, quando o esquema ganhou força, e que o ex-presidente desmantelou órgãos fiscalizadores.

Na coletiva, o ministro Jorge Messias afirmou que uma "engenharia criminosa" foi montada durante o governo anterior e que o INSS e a Dataprev foram significativamente afetados. Messias também anunciou medidas contra as associações suspeitas, incluindo o bloqueio de bens e a apreensão de passaportes dos dirigentes envolvidos, em resposta a indícios de ocultação patrimonial. A Advocacia-Geral da União (AGU) está em ação para rastrear e recuperar valores desviados, inclusive solicitando a quebra de sigilo bancário e fiscal das entidades suspeitas. 

Fonte: Correio Braziliense

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