STF inicia julgamento de Zambelli por invasão ao sistema do CNJ nesta sexta
Deputada e hacker respondem a acusações de invasão; votação vai até 16 de junho
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta sexta-feira (9) a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti por suspeitas de invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos. O julgamento será realizado no plenário virtual da Corte, onde os ministros depositam seus votos eletronicamente, sem debates entre eles. O prazo para a votação se estende até a próxima sexta-feira (16).
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O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes, e os ministros Luiz Fux, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia também participarão do processo. Zambelli e Delgatti tornaram-se réus em maio de 2024, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar a denúncia, que inclui acusações de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. De acordo com as investigações, eles são acusados de inserir documentos falsos no sistema do CNJ, como um mandado de prisão contra o próprio ministro Moraes.
Segundo a denúncia, Zambelli desempenhou um "papel central" na ação criminosa, sendo apontada como a "autora intelectual" do ataque cibernético. A PGR alega que a deputada "arregimentou" Delgatti, prometendo-lhe benefícios em troca da invasão e adulteração de dados no sistema do CNJ. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que o objetivo da ação era "gerar um ambiente de desmoralização da Justiça Brasileira", visando obter vantagens políticas por meio da produção de ordens judiciais ideologicamente falsas.
A denúncia também revelou que Delgatti confessou as invasões, que foram confirmadas por análises periciais. Uma das invasões culminou na emissão de um falso mandado de prisão contra Moraes, sugerindo que ele estivesse determinando sua própria prisão. Além disso, a acusação aponta que Zambelli contratou Delgatti, prometendo-lhe "trabalho" e que os pagamentos eram feitos de forma "escamoteada" através de um terceiro, Jean Hernani, funcionário do gabinete da parlamentar, que não foi denunciado. O julgamento poderá levar à condenação ou absolvição de ambos os réus, marcando um momento significativo na política e justiça brasileira.
Fonte: CNN Brasil