Militares envolvidos em plano para matar Lula podem se tornar réus hoje

Supremo decide se aceita denúncia contra 12 pessoas em inquérito sobre golpe de Estado

Por Dominic Ferreira, 20/05/2025 09:51 - Atualizado às 11:15

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) se reúne nesta terça-feira (20) para decidir se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra mais 12 pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Este grupo, conhecido como “núcleo 3”, é composto por 11 militares do Exército e um policial federal, que supostamente estavam envolvidos em ações táticas do plano golpista, incluindo pressões sobre o Alto Comando das Forças Armadas para que se unissem ao movimento.

Foto: Divulgação/Exército Brasileiro

Apelido "kid preto" foi originado do uso de gorros pretos por militares em operações especiais.

Os denunciados são acusados de serem responsáveis pela elaboração do plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa, entre outros crimes, o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes. Investigações da Polícia Federal revelaram que os conspiradores haviam planejado um sequestro de Moraes, e um dos agentes já preso, Wladimir Matos Soares, fez declarações alarmantes sobre suas intenções violentas.

Dentro do grupo, três militares são integrantes das Forças Especiais (FE) do Exército, conhecidos como “kids pretos”. Este apelido refere-se a militares altamente treinados para operações em ambientes hostis e sigilosos. Os “kids pretos” são considerados a elite das Forças Armadas e recebem formação rigorosa para atuar em situações de crise. O uso de codinomes entre os envolvidos, como “Jeca” para Lula e “Joca” para Alckmin, foi uma estratégia para ocultar suas identidades e os objetivos do plano.

Se o STF aceitar a denúncia, os acusados se tornarão réus e iniciarão um processo penal na mais alta corte do país. A Primeira Turma, composta por ministros como Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, já aceitou denúncias contra outros núcleos relacionados à mesma investigação, resultando em 21 réus até o momento.

Fonte: CNN Brasil