Bolsonaro defende CPMI do INSS e critica silêncio do PT
Bolsonaro defende aposentadoria sagrada e pressiona por investigação ampla
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou o espaço partidário do PL na televisão aberta para fazer um pronunciamento. Em um vídeo de 30 segundos, Bolsonaro defendeu veementemente a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, destacando a importância de esclarecer e cobrar por eventuais irregularidades cometidas contra aposentados e pensionistas.
No vídeo, Bolsonaro ressaltou que, para o seu partido, a aposentadoria é sagrada e merece ser tratada com respeito. Ele enfatizou a necessidade de trazer à tona todas as questões relacionadas aos benefícios previdenciários e cobrar responsabilidades de sindicatos e associações que possam ter lesado os inativos e pensionistas. O ex-presidente fez críticas diretas ao PT, por não ter assinado o documento que solicita a instalação da CPMI, evidenciando a discordância entre as posições políticas.
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Oposição mobiliza instalação da CPMI
O pedido para a criação da CPMI do INSS foi protocolado pela oposição, liderada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT), em maio. A base bolsonarista tem se empenhado para impulsionar a comissão no Congresso, argumentando que fraudes generalizadas afetaram milhares de beneficiários da Previdência Social.
Essa ação parlamentar ocorre em um contexto marcado pela operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em abril, para investigar esquemas de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Os desdobramentos da operação resultaram em diversos mandados de busca, apreensão e prisão em diversos pontos do país.
Além disso, paralelamente à investigação policial, o governo federal informou que a Controladoria-Geral da União (CGU) tem realizado auditorias em entidades que possuíam Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS desde 2023. As auditorias revelaram irregularidades, como a falta de autorização para descontos por parte dos beneficiários e falhas na documentação exigida.
Escândalo provoca mudanças no INSS
A repercussão do escândalo resultou no afastamento de vários servidores do INSS, incluindo o então presidente Alessandro Stefanutto, e na saída do ministro Carlos Lupi (PDT) da pasta da Previdência. Lupi deixou o cargo sob pressão, alegando que as fraudes tiveram início na gestão anterior e que as investigações se intensificaram no governo seguinte.
Apesar dos desdobramentos e da pressão política, a base petista ainda não se manifestou formalmente em apoio à CPMI, o que tem gerado críticas da oposição, que interpreta essa posição como resistência a uma investigação ampla no Congresso.