Senado aprova reajuste e reestruturação de cargos no serviço público
Texto prevê aumentos até 2026 e novas regras para progressão e capacitação
O Senado aprovou nesta quarta-feira (28), em votação simbólica, o Projeto de Lei 1.466/2025, que concede reajustes salariais a servidores do Executivo federal, promove a reestruturação de carreiras, cria novos cargos e unifica gratificações. O texto, relatado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), foi fruto de negociações entre o governo e representantes da maioria das categorias da administração pública e agora segue para sanção presidencial.

O relator destacou que o projeto é de interesse público por uniformizar regras de remuneração e estruturação de carreiras e cargos públicos, além de ampliar a profissionalização do serviço público. Segundo ele, a proposta corrige um período de defasagem salarial entre 2017 e 2022, quando a maioria dos servidores ficou sem reajuste.
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Os reajustes aprovados são diferentes entre as categorias, pois foram definidos com base em negociações específicas. Servidores que não participaram de acordos terão aumentos de 9% em 2025 e mais 9% em 2026.
Para os cargos comissionados e funções de confiança, os reajustes vão de 9% nos níveis mais baixos até 69% nos mais altos, com salários passando de R$ 18.887 para R$ 31.919 até 2026. Já as carreiras que recebem por subsídio, como diplomatas, auditores do Banco Central e analistas da CVM e da Susep, terão reajuste de 23% em dois anos, elevando o valor final de R$ 29.832 para R$ 36.694.
Os professores de instituições federais com dedicação exclusiva e doutorado também foram contemplados, com reajuste de 17% em dois anos, passando a receber até R$ 26.326. O projeto também cria dois novos cargos técnico-administrativos nas universidades federais, o de Analista em Educação (nível superior) e Técnico em Educação (nível intermediário), a partir da transformação de cargos vagos. Serão 6.060 vagas para analistas e 4.040 para técnicos, com funções mais abrangentes e adaptadas às demandas das instituições.
Outro ponto do texto é a mudança nas regras de progressão de carreira dos técnicos universitários. A partir de janeiro de 2025, a progressão anual dependerá de aprovação em programa de avaliação de desempenho. Também será possível acelerar a progressão com programas de capacitação compatíveis com o cargo, desde que o servidor tenha pelo menos cinco anos de exercício e cumpra carga horária mínima de formação. O adicional por qualificação poderá chegar a 75% do vencimento para quem tiver doutorado, mesmo que em área apenas indiretamente relacionada ao cargo.
Apesar da aprovação, o projeto foi criticado por alguns senadores devido ao impacto fiscal. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) estimou que os gastos adicionais serão de R$ 17,9 bilhões em 2025, R$ 26,7 bilhões em 2026 e R$ 29,1 bilhões em 2027, totalizando aproximadamente R$ 100 bilhões. Ele afirmou que, diante da escassez de recursos para áreas como educação e saúde, esse impacto orçamentário é preocupante.
Fonte: Com informações da Agência Senado