Câmara aprova Lei Sarah Raíssa sobre uso consciente da tecnologia digital

Projeto busca educar sobre riscos do uso excessivo de tecnologia e proteger crianças

Por Dominic Ferreira,

A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (28/5), o Projeto de Lei 3224/2024, que institui a Campanha Nacional de Utilização Consciente da Tecnologia Digital. A proposta, de autoria do deputado federal Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), busca promover uma campanha anual em abril, voltada para a conscientização sobre os riscos associados ao uso abusivo de tecnologia, especialmente entre crianças e adolescentes. O projeto agora segue para o Senado.

Foto: José Cruz/Agência BrasilCâmara aprova projeto de lei que institui Campanha Nacional de Uso Consciente da Tecnologia Digital.
Câmara aprova projeto de lei que institui Campanha Nacional de Uso Consciente da Tecnologia Digital.

O nome da lei, Sarah Raíssa, é uma homenagem à criança do Distrito Federal que perdeu a vida ao inalar desodorante durante um desafio viral nas redes sociais. Durante a aprovação, o deputado Malafaia destacou a urgência da proposta, afirmando que “a lei nasce do luto, mas se transforma em luta” contra o uso desenfreado das telas, que, segundo ele, está custando vidas. 

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), relatora do projeto, reforçou a importância de preparar as famílias para lidarem com o uso de tecnologia. Ela alertou que a falta de supervisão pode impactar negativamente o desenvolvimento intelectual das crianças. "O Estado precisa ter mecanismos que limitem o uso indiscriminado das telas, que pode atrapalhar o desenvolvimento de nossos jovens”, afirmou. O projeto propõe ações educativas em escolas, unidades de saúde e plataformas digitais, inspiradas nas campanhas antitabagismo da década de 1980

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Entretanto, a proposta gerou controvérsias no Congresso. Parlamentares da oposição criticaram a iniciativa, alegando que a campanha pode ser uma forma de doutrinação ideológica, como afirmou o deputado Marcos Pollon (PL-MS). Por outro lado, a deputada Erika Kokay (PT-DF) defendeu a proposta como uma oportunidade para as famílias exercerem controle parental, garantindo a proteção das crianças. Com a aprovação da Lei Sarah Raíssa, o foco agora se volta para o debate sobre a responsabilidade coletiva em relação ao uso consciente da tecnologia e a proteção dos jovens no ambiente virtual.

Fonte: Correio Braziliense

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