Câmara dá prazo ao Governo para alternativa ao aumento do IOF até 10 de junho
Hugo Motta alerta que PDL pode derrubar aumento do imposto se governo não agir
A Câmara dos Deputados deu um ultimato ao governo para que até o dia 10 de junho, a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve apresentar uma alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfatizou que, caso a proposta não seja apresentada, um projeto de decreto legislativo (PDL) será votado para derrubar a medida. Motta também solicitou a participação do presidente Lula nas discussões, ressaltando a importância de um diálogo aberto para encontrar soluções viáveis.
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Motta reagiu a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que indicou a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o Congresso derrube o decreto do IOF. O presidente da Câmara criticou essa postura, afirmando que judicializar uma decisão do Legislativo seria um grande erro político. Ele enfatizou que a Câmara está disposta a debater alternativas para equilibrar as contas públicas, como a revisão de isenções fiscais e desonerações, sem recorrer a "gambiarras" que apenas aumentem a carga tributária.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), alertou que a derrubada do IOF sem uma fonte alternativa de receita pode levar a cortes drásticos em despesas essenciais, colocando o país em risco de paralisia administrativa. Ele argumentou que a manutenção temporária do IOF é crucial para evitar um "shutdown" administrativo em um cenário fiscal já apertado. Segundo Farias, o impacto do imposto recairá principalmente sobre pessoas jurídicas e investidores, e não sobre os mais pobres, como alguns alegam.
A oposição, liderada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), criticou veementemente o aumento do IOF e a gestão fiscal do governo, acusando-o de transferir custos para a população. Cavalcante ressaltou que a reoneração não é uma solução, mas uma cortina de fumaça que ignora os problemas estruturais do Brasil, como inflação e altos juros. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, também sublinhou que a falta de uma solução alternativa pode gerar um prejuízo substancial nas contas públicas em 2025, destacando a urgência de um debate construtivo sobre as finanças do país.
Fonte: Correio Braziliense