STF julga recurso de Carla Zambelli contra condenação de 10 anos de prisão

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, nesta sexta-feira (6), o julgamento do recurso apresentado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) contra sua condenação a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar, que se encontra na Itália e é considerada foragida da Justiça, teve seu nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol a pedido do STF, o que permite que seus dados sejam acessados por polícias em todo o mundo.

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Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

Deputada Zambelli entra para a lista da Interpol e pode ser detida em qualquer país membro.

O relator do recurso, o ministro Alexandre de Moraes, solicitou ao presidente do colegiado, Cristiano Zanin, que a sessão de julgamento comece e termine ainda hoje, alterando o prazo original que era de uma semana. Essa mudança foi formalizada poucas horas após o pedido de Moraes. Este é o segundo recurso apresentado por Zambelli após a condenação, e caso seja rejeitado, a deputada deverá iniciar o cumprimento da pena, o que inclui a perda de seu mandato e o pagamento de multas.

Recentemente, Moraes determinou a prisão preventiva de Zambelli devido à sua fuga do país após a condenação. Essa ordem atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que ressaltou que a prisão é necessária para a aplicação da lei penal, não se tratando de uma antecipação do cumprimento da pena. A investigação aponta que a deputada, em conluio com o hacker Walter Delgatti Netto, invadiu seis sistemas do Judiciário em 13 ocasiões, inserindo documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra Moraes.

Zambelli, que alega ser "intocável" na Itália devido à sua cidadania europeia, pode ainda assim ser extraditada. Especialistas afirmam que a extradição depende da avaliação da gravidade dos crimes pela Justiça italiana. A cobertura da imprensa italiana sobre o caso tem destacado a situação da parlamentar, rotulando-a como "ultraconservadora" e informando que ela se esconde em Roma. Na Câmara dos Deputados, a licença de 127 dias de Zambelli foi oficializada, e seu salário foi suspenso, com seu cargo a ser assumido pelo deputado Coronel Tadeu (PL-SP).

Fonte: Correio Braziliense