STF retoma interrogatórios do plano de golpe nesta terça-feira

Almirante Garnier será o próximo a depor em ação que investiga tentativa de golpe

Por Dominic Ferreira, 10/06/2025 08:45

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (10) os interrogatórios dos réus do "núcleo crucial" da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022. A partir das 9h, será ouvido o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, seguindo a ordem alfabética dos depoimentos. Até o momento, já foram ouvidos o tenente-coronel Mauro Cid, colaborador de delação premiada, e o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo STF

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O ex-ajudante de ordens Mauro Cid confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu e editou o documento da chamada "minuta do golpe", enxugando um texto que previa a prisão de ministros do Supremo, do presidente do Senado e outras autoridades do Judiciário e Legislativo. Ramagem, por sua vez, negou a existência de um grupo de trabalho para abordar as urnas eletrônicas, apesar de documentos apreendidos sugerirem o contrário.

Ainda estão pendentes de interrogatório importantes figuras do governo Bolsonaro, incluindo Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro-chefe do GSI), Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto (ambos ex-ministros da Defesa). Os depoimentos fazem parte da fase final da ação penal, que busca explicar os eventos relacionados à tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Após os interrogatórios, defesa e acusação terão cinco dias para requerer diligências complementares e 15 dias para apresentar alegações finais. Posteriormente, o ministro relator preparará seu voto, e o caso será levado a julgamento pela Turma, que decidirá sobre a condenação ou absolvição dos réus. Os depoimentos revelam detalhes sobre os bastidores de uma tentativa de desestabilização democrática que culminou nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

Fonte: CNN Brasil