Líder supremo do Irã diz que EUA terá "danos irreparáveis" caso entre na guerra
Ali Khamenei, líder do país, não teme ameaças dos Estados Unidos e avisa que "nunca se renderá"
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira (18) que qualquer ofensiva direta dos Estados Unidos contra o território iraniano terá “consequências sérias e irreparáveis”. Em pronunciamento transmitido pela TV estatal, Khamenei também declarou que o Irã “nunca se renderá”, respondendo diretamente às ameaças feitas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Na terça-feira (17), Trump exigiu uma “rendição incondicional” do Irã diante da escalada no conflito com Israel. Segundo especialistas, o presidente considera um ataque direto ao território iraniano, o que pode desencadear uma resposta regional de grandes proporções. O Irã, por sua vez, já ameaçou atacar bases militares dos EUA no Oriente Médio caso seja alvo de bombardeios.
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“Aqueles que conhecem a história do Irã sabem que os iranianos não respondem bem à linguagem da ameaça”, afirmou Khamenei.
Escalada de tensões com Israel e ameaça à liderança iraniana
O confronto entre Irã e Israel chegou ao sexto dia nesta quarta-feira, com mais de 240 mortos e milhares de feridos em ataques aéreos mútuos, de acordo com balanços oficiais. Agências independentes estimam que os números podem ser ainda maiores.
Khamenei também acusou Israel de cometer um “erro grave” ao atacar o Irã e prometeu punição. “As pessoas não esquecerão o sangue das vítimas derramado”, declarou à agência semi-oficial Mehr.
Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, endureceu o discurso e disse que não descarta ordenar a morte de Khamenei. “Isso não vai escalar o conflito. Vai acabar com o conflito”, afirmou à rede americana ABC News.
Donald Trump, por sua vez, publicou em sua rede Truth Social que sabe “exatamente onde o chamado ‘líder supremo’ está se escondendo” e que, embora não planeje eliminá-lo “por enquanto”, sua paciência “está se esgotando”.
EUA alertados sobre risco de “guerra total”
Mais cedo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, classificou como “extremamente imprudente” qualquer tentativa dos EUA de se envolver diretamente no conflito. Segundo ele, isso poderia gerar uma “guerra total” no Oriente Médio. Apesar disso, Baghaei indicou que o país ainda estaria aberto a uma saída negociada.
Até o momento, os Estados Unidos vêm mantendo uma postura defensiva, auxiliando Israel na interceptação de mísseis e reforçando sua presença militar na região. De acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, Washington está enviando mais aviões de combate ao Oriente Médio e ampliando a permanência de aeronaves que já estão na área.
A possibilidade de envolvimento direto dos EUA preocupa a comunidade internacional, especialmente diante da capacidade militar norte-americana de atingir instalações subterrâneas iranianas, como os centros de enriquecimento de urânio — alvos estratégicos em qualquer escalada do conflito.
Fonte: Com informações do Estadão