Tarifas dos EUA podem voltar a atingir exportações brasileiras
Fim da trégua comercial preocupa setor exportador, mesmo com crescimento geral.
Termina nesta quarta-feira (9) a pausa de 90 dias no programa de tarifas recíprocas imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Com poucos avanços em acordos comerciais, cresce a preocupação de que as tarifas sobre produtos importados voltem a ser aplicadas a mais de 180 países, incluindo o Brasil.

Um levantamento da Câmara Americana de Comércio (Amcham) aponta que o tarifaço já começa a impactar negativamente a exportação de itens importantes da pauta brasileira. Em maio, cinco dos dez principais produtos vendidos aos americanos apresentaram queda nas vendas. Entre os motivos estão as tarifas aplicadas pelos EUA e outras particularidades de mercado, como maior concorrência e menor demanda.
- Participe do nosso grupo de WhatsApp
- Participe do nosso grupo de Telegram
- Confira os jogos e classificação dos principais campeonatos
Veja a seguir a variação nas exportações dos principais produtos brasileiros para os EUA em maio:
Produtos - variação em maio
Óleos brutos de petróleo 43,7%
Semi-acabados de ferro ou aço 82,4%
Café não torrado -32,3%
Aeronaves -7,9%
Ferro-gusa -13,4%
Sucos de frutas 10,0%
Carne bovina 121,3%
Celulose -22,7%
Óleos combustíveis de petróleo -21,7%
Equipamentos de engenharia -30,3%
Apesar das quedas em itens específicos, o resultado geral das exportações brasileiras para os EUA foi positivo: US$ 3,6 bilhões em maio, alta de 11,5% em relação ao mesmo mês do ano passado — um recorde para o período, indicando diversificação da pauta exportadora.
Mesmo assim, setores estratégicos como aço e alumínio seguem sob forte pressão. As tarifas sobre esses produtos, antes fixadas em 25%, foram elevadas para 50% em junho por decreto de Trump. O Brasil, um dos maiores exportadores de aço para os EUA, tenta negociar isenções ou cotas preferenciais.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, as conversas com os americanos começaram em março e seguem em andamento. As reuniões contam com participação do Itamaraty, do MDIC e representantes do comércio dos EUA. As autoridades brasileiras reforçam que não podem divulgar detalhes enquanto a negociação estiver em curso.
O governo brasileiro defende que a relação com os Estados Unidos é estratégica e benéfica para ambos os lados. “Seguimos comprometidos com a defesa dos interesses dos exportadores brasileiros”, afirmou o MDIC em nota.
Fonte: Com informações do G1 nacional