Ministério da Saúde investiga casos de transmissão vertical de Oropouche

O Ministério da Saúde está investigando oito casos de transmissão vertical da febre do Oropouche, em que o vírus é transmitido da mãe para o bebê durante a gestação ou no parto. Esses casos foram identificados nos estados de Pernambuco, Bahia e Acre, e têm gerado grande preocupação devido às graves consequências observadas nos recém-nascidos.

Foto: Reprodução/Conselho Federal de Farmárcia/Divulgação

Infecções transmitidas de mãe para filho durante a gestação foram registradas em Pernambuco, Bahia e Acre; metade dos bebês afetados nasceu com anomalias congênitas.

Metade dos bebês afetados pelas transmissões investigadas nasceu com anomalias congênitas, incluindo microcefalia, enquanto a outra metade não resistiu e faleceu. A correlação entre a infecção pelo vírus Oropouche e essas anomalias congênitas ainda está em estudo, e o Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estaduais, está conduzindo investigações mais aprofundadas.
Em Pernambuco, Bahia e Acre, as autoridades de saúde estão focadas em entender o impacto do vírus Oropouche na gestação. No Acre, um caso específico chamou a atenção quando um bebê nasceu com diversas anomalias congênitas, incluindo microcefalia e malformações das articulações. O recém-nascido morreu aos 47 dias de vida, e exames realizados pelo Instituto Evandro Chagas confirmaram a presença do material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê, descartando outras possíveis causas.
No Ceará, um caso de óbito fetal está sob investigação, com suspeitas de que a febre do Oropouche possa ter sido a causa. A gestante, uma mulher de 40 anos residente em Baturité, havia apresentado sintomas durante a gravidez, e a Secretaria de Saúde do Ceará está monitorando o caso.
A febre do Oropouche é uma doença transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. O vírus pode causar sintomas como febre, dor de cabeça, erupções cutâneas e, em casos mais graves, complicações neurológicas. Devido à preferência do mosquito por materiais orgânicos, o Ministério da Saúde recomenda que a população mantenha os quintais limpos, evitando o acúmulo de lixo e folhas, além de adotar medidas de proteção, como o uso de roupas compridas e sapatos fechados em áreas com alta infestação de insetos.
Até 6 de agosto, foram registrados 7.497 casos de febre do Oropouche em 23 estados brasileiros, com a maioria concentrada no Amazonas e em Rondônia. Três mortes estão confirmadas até o momento: duas na Bahia e uma em investigação em Santa Catarina. As autoridades de saúde continuam monitorando a situação, buscando prevenir novas infecções e proteger as populações vulneráveis, especialmente gestantes.

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Fonte: Agência Brasil