Hospital para crianças neurodivergentes é proposto por mães em Teresina
Movimento liderado por mães busca melhorias na saúde e educação para crianças autistas, com TDAH, dislexia e outras neurodivergências.
Um grupo de mães de crianças com necessidades especiais em Teresina está se mobilizando para discutir e buscar soluções para a saúde mental e o bem-estar de crianças neurodivergentes e suas famílias. Nesta quarta-feira (21/08), às 20h, essas mães se reunirão em uma live intitulada "Fala Mãeêêê", transmitida pelo Instagram da jornalista e advogada Ravenna Castro (@ravennacastrothe), que também é mãe de uma criança atípica. A discussão contará com a participação de outras mães e uma psicopedagoga especialista no método ABA, voltado para o desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas em crianças com autismo.
Movimento liderado por mães busca melhorias na saúde e educação para crianças autistas, com TDAH, dislexia e outras neurodivergências, propondo a criação de um centro de referência na capital piauiense.
Ravenna Castro, que também é candidata a vereadora em Teresina e mãe de uma criança de 10 anos com TDAH e dislexia, expôs os desafios diários enfrentados por essas mães. Ela destacou a dificuldade de acesso a tratamentos adequados, desde a escassez de consultas com neurologistas até os altos custos de medicamentos. A demora para conseguir vagas no SUS e a sobrecarga emocional das mães, que muitas vezes não têm uma rede de apoio, são questões centrais na luta desse grupo.
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“Teresina precisa ouvir essas mães, que sofrem silenciosamente a dor de seus filhos, que acompanham os tratamentos, as crises, as rotinas diárias de cada um na sua natureza neurodivergente. Nas suas singularidades. Os transtornos de comportamento, de aprendizagem e disfunções neurológicas diversas não são fatores incapacitantes para os nossos filhos, mas que carecem de um tratamento digno e uma saúde eficaz, o que Teresina não apresenta esse suporte necessário”, afirmou Ravenna.
Um dos principais objetivos do movimento é a criação de um hospital ou centro de referência dedicado à saúde mental de mães atípicas e crianças neurodivergentes em Teresina. A proposta é que essa instituição tenha uma estrutura similar à da Coordenadoria Estadual para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CEID), mas focada em questões neurológicas e de saúde mental.
O movimento também propõe que o hospital ou centro de saúde receba o nome de Centro de Amparo à Saúde Mental Prefeito Firmino Filho, em homenagem ao ex-prefeito de Teresina, conhecido por suas políticas voltadas para a infância.
Além da saúde, o movimento também aborda a importância de uma educação inclusiva e adaptada às necessidades das crianças neurodivergentes. Ravenna destacou a necessidade de escolas preparadas e sensíveis à causa, além de uma rede de apoio que permita às mães, muitas vezes solo, conciliarem o cuidado dos filhos com a vida profissional.
“As mães estão adoecendo e estão exaustas por uma longa jornada diária lhe dando com questões de saúde dos filhos, que sobrecarrega o fator psicológico delas e pela ausência de uma rede de apoio efetiva. Se não pararmos para olhar para isso agora, vamos ter que cuidar de uma legião de crianças e famílias inteiras adoecidas psicologicamente futuramente. E nós podemos ter crianças que se tornem adultos funcionais e mães e filhos saudáveis”, alertou Ravenna.
O movimento das mães em Teresina busca, assim, chamar a atenção para a urgência de políticas públicas que amparem não apenas as crianças neurodivergentes, mas também as famílias que as apoiam diariamente, promovendo uma cidade mais inclusiva e justa para todos.
Fonte: Portal AZ