Ministério da Saúde incinera 10,9 milhões de vacinas vencidas em 2024
Devido aos movimentos anti-vacina, vários imunizantes expiraram, incluindo vacinas para Covid-19
Em 2024, o Ministério da Saúde incinerou 10,9 milhões de doses de vacinas vencidas, em sua maioria imunizantes contra a Covid-19. Esse montante também inclui vacinas para prevenir doenças como febre amarela, tétano, meningite e pneumonia. Segundo dados fornecidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), outras 12 milhões de doses já expiradas aguardam descarte, das quais 9 milhões são vacinas da Janssen contra a Covid-19. A informação é de reportagem do Metrópoles.
As informações, confirmadas pelo Ministério da Saúde, indicam que os estoques expirados são consequência de baixa adesão às campanhas de vacinação e de dificuldades na aplicação antes do vencimento. O órgão atribui parte dessa resistência às vacinas da Covid-19 a desinformações que geraram “desconfiança sobre a eficácia e segurança do imunizante, impactando a adesão da população.” A pasta assegurou que, apesar dos estoques vencidos, não há falta de imunizantes no país.
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Entre as doses já incineradas, 6,4 milhões correspondiam a vacinas contra a Covid-19. A doença ainda é uma preocupação no Brasil, onde já provocou mais de 5.100 mortes em 2024. As demais vacinas descartadas incluem, em grande quantidade, a DTP (difteria, tétano e coqueluche), com 3,1 milhões de doses incineradas, além de 663,2 mil doses da vacina contra febre amarela. Os números ainda podem aumentar, já que os dados fornecidos são parciais.
Campanhas de Vacinação
Desde 2016, o Brasil tem enfrentado uma queda nas taxas de cobertura vacinal para diversas doenças, como meningite e HPV. Em resposta, o Ministério da Saúde implementou uma série de medidas para melhorar a gestão dos imunizantes. Além de reuniões mensais com laboratórios e contratos plurianuais para otimizar o fornecimento, a pasta adotou a entrega parcelada e a possibilidade de troca por versões atualizadas das vacinas contra a Covid-19, aprovadas pela Anvisa.
“O Ministério da Saúde adotou inovações, como a entrega parcelada por parte do laboratório contratado conforme a demanda apresentada pela pasta, e a possibilidade de troca pela versão mais atual aprovada pela Anvisa”, informou a pasta em nota oficial.
A pasta ainda ressaltou a importância de previsões de perdas mínimas para manter uma reserva técnica, prática comum em políticas públicas de saúde mundialmente, como forma de atender às necessidades do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Impacto na Saúde Pública
Entre as vacinas descartadas estão imunizantes como a BCG, que protege contra tuberculose; a pneumocócica 10, que previne pneumonia, otite e sepse; e as meningocócicas ACWY e C, para diferentes tipos de meningite. O PNI também conta com a pentavalente (contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b) e as vacinas DTP e dTpa (acelular), ou tríplice bacteriana, que protegem contra difteria, tétano e coqueluche.
Apesar das dificuldades na adesão às vacinas, a cobertura nacional vem apresentando sinais de recuperação. Segundo a OMS e o Unicef, o Brasil não consta mais na lista dos 20 países com maior número de crianças não vacinadas, segundo relatórios de julho. Contudo, os desafios de conscientização e combate à desinformação seguem fundamentais para que os níveis de imunização continuem em alta, assegurando proteção contra doenças imunopreveníveis.
Fonte: Metrópoles