Parkinson: Bruxismo pode ser um dos sintomas da doença neurodegenerativa
Tratar o bruxismo ajuda a melhorar muito a qualidade de vida do paciente com Parkinson, afirma a cirurgiã-dentista, especialista em bruxismo Dra. Andrea Melo
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente cerca de 4 milhões de pessoas vivem com Parkinson em todo o mundo, o que mostra o porquê a doença tem sido cada vez mais alvo de novos estudos que buscam entender melhor seu desenvolvimento e identificar tratamentos mais eficazes.
O que é o Parkinson?
O Parkinson é uma doença neurológica progressiva que afeta o movimento, causada pela perda progressiva de células nervosas do cérebro, o que prejudica diversas funções do corpo, mas especialmente as ligadas ao movimento e à mobilidade.
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A condição não tem cura e seus sintomas mais comuns são tremores, rigidez muscular e lentidão de movimentos, que podem dificultar atividades cotidianas. Mas existem alguns sintomas também muito comuns que são pouco falados como, por exemplo, o bruxismo.
O que é bruxismo?
O bruxismo é uma condição em que uma pessoa aperta ou range os dentes de forma involuntária, principalmente durante a noite. Esse hábito, que pode ter várias causas, como estresse ou ansiedade, pode desgastar os dentes e causar dor na mandíbula e dores de cabeça.
Bruxismo no Parkinson
O bruxismo é um sintoma comum em pessoas que sofrem com Parkinson tem uma forte relação com a rigidez muscular e os movimentos involuntários que a doença causa, como reforçam diversos estudos.
A progressão dos sintomas motores do Parkinson, como a rigidez dos músculos faciais e o controle reduzido dos movimentos mandibulares, pode afetar diretamente a articulação temporomandibular (ATM). Esses fatores aumentam a chance de surgirem problemas na mandíbula, e o bruxismo pode agravar o desconforto e gerar mais complicações na saúde bucal.
O bruxismo e o cérebro
O bruxismo é uma das desordens funcionais do cérebro, ou seja, ele está fortemente relacionado às áreas cerebrais que controlam a atividade muscular e o sono. Ele é classificado como uma atividade motora não funcional, diferente de atividades normais como mastigar e falar.
Acredita-se que o bruxismo esteja ligado a substâncias neuroquímicas, como a dopamina, que regulam o estresse e a ansiedade e que alterações nestes níveis podem desencadear a condição, como reforçam estudos.
Impactos mais comuns do bruxismo
- Desgaste dos dentes;
- Dor e tensão na mandíbula;
- Dores de cabeça;
- Sensibilidade dental;
- Distúrbios do sono.
Tratamentos para bruxismo
De acordo com a cirurgiã-dentista com PhD em odontologia, Dra. Andrea Melo, o alívio dos sintomas do bruxismo melhora muito a qualidade de vida de pacientes com Parkinson através de um “ tratamento pré-sono com a higiene do sono”.
“Os tratamentos para aliviar os sintomas do bruxismo em pacientes com Parkinson traz um impacto muito positivo na qualidade de vida pois melhora o sono, previne dores de cabeça, reduz a tensão mandibular, etc., tudo contribui para uma vida mais tranquila para o paciente que já tem essa condição”.
“No meu método de tratamento, começamos com a higiene do sono e ajustes na alimentação para melhorar a qualidade do sono, usando suplementação para sono mais profundo. Depois são feitos ajustes oclusais e utiliza-se uma placa personalizada para proteger os dentes ou auxiliar na apneia. Após três meses, realiza-se acompanhamento e ajustes na suplementação, conforme necessário, para otimizar os resultados”, explica a Dra. Andrea Melo.
Sobre Dra. Andrea Melo
Dra. Andrea Melo é doutora em Odontologia pela Universidade do Estado Rio de Janeiro (UERJ),Mestre em ciência dos materiais pelo instituto militar de engenharia (IME) possui pós graduação em Prótese Dentária pela UVA/RJ e é especialista em tratamentos para bruxismo. Também é CEO e dentista da Clínica Odontológica Zeal Clinic, focada em reabilitação oral, speaker aling e possui diversas publicações científicas, é auxiliar de pesquisa do CPAH e atua como palestrante, ensinando dentistas a serem referência em bruxismo.
Fonte: Ascom