Teresina e mais cinco cidades recebem novos equipamentos para tratar o câncer

A entrega de aceleradores lineares integra estratégia nacional para ampliar e modernizar o atendimento oncológico na rede pública de saúde até 2026

Por Carlos Sousa,

O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (30) a entrega de seis aceleradores lineares a unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) nas cidades de Teresina (PI), São Paulo (SP), Bauru (SP), Piracicaba (SP), Curitiba (PR) e Andaraí (RJ). O equipamento, essencial para o tratamento radioterápico de diversos tipos de câncer, representa um importante reforço à estrutura de atendimento oncológico da rede pública.

Foto: ReproduçãoEquipamentos para tratamento de câncer

Esses dispositivos, que emitem feixes de radiação de alta energia (raios X ou elétrons), têm a capacidade de atingir com precisão milimétrica áreas específicas do corpo humano acometidas por tumores, preservando tecidos saudáveis. A aquisição faz parte do programa Agora Tem Especialistas, lançado pelo governo federal com o objetivo de consolidar o Brasil como referência mundial em diagnóstico e tratamento de câncer pelo SUS.

Segundo o Ministério da Saúde, até 2026 serão adquiridos mais 121 aceleradores lineares, ampliando significativamente a capacidade de atendimento em todo o país. O investimento também inclui a modernização dos serviços de diagnóstico. Uma das principais iniciativas nesse sentido será a implantação do Super Centro Brasil para Diagnóstico de Câncer, uma estrutura nacional que integrará serviços de teleconsultoria, telelaudos e telepatologia.

A nova rede contará com a parceria do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e do A.C. Camargo Câncer Center, que passou a integrar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). A previsão é de que o centro nacional emita cerca de mil laudos por dia, com um investimento previsto de R$ 2,2 bilhões anuais. A operação do centro começa já em junho.

“Estamos montando um centro nacional de diagnóstico remoto, em parceria com o Inca e a Fundação AC Camargo, que começa a operar em junho. Isso vai acelerar o diagnóstico e reduzir o tempo de espera no SUS”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o anúncio.

A cerimônia de entrega de um dos equipamentos foi realizada no Hospital São Paulo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), onde o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, destacou a importância do investimento contínuo no SUS. Segundo ele, o número de pacientes atendidos com o novo aparelho mais do que dobrará na unidade.

“O tratamento adequado salva vidas. O que precisamos agora é ganhar tempo, acelerar diagnósticos e garantir acesso rápido ao tratamento”, afirmou Alckmin. Ele lembrou que o câncer já é a principal causa de morte em 10% dos municípios brasileiros, e que a incidência tende a aumentar com o envelhecimento da população.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) reforçam a urgência das medidas: estima-se que os custos com doenças oncológicas aumentem em até 37% devido à demora no diagnóstico e ao agravamento dos casos por falta de assistência. No caso do câncer de mama, o Brasil ainda precisa ampliar em mais de 60% o número de biópsias realizadas para atender à demanda de forma adequada.

Com a ampliação de equipamentos e serviços especializados, o governo busca fortalecer a capacidade do SUS de oferecer um tratamento ágil, preciso e acessível a todos os brasileiros que enfrentam o câncer.

Fonte: Agência Brasil

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