Recorde de transplantes no Brasil: 30,3 mil doações em 2024
Brasil bate recorde com 30,3 mil transplantes realizados. Saiba mais!
O Brasil alcançou um marco significativo ao registrar, pelo segundo ano consecutivo, um recorde no número de transplantes realizados em 2024. De acordo com informações do Ministério da Saúde divulgadas recentemente, foram executados 30,3 mil procedimentos de doação de órgãos no país no ano passado, destacando um avanço expressivo nessa área.
Apesar desse feito notável, a realidade da espera por doações ainda é desafiadora, com 70,8 mil pessoas aguardando na fila por um órgão. Os dados revelam que a quantidade de transplantes atingiu o patamar mais alto dos últimos 10 anos, superando o recorde de 28,7 mil procedimentos registrados em 2023. Entre os órgãos mais doados, a córnea se destaca, totalizando 17.107 transplantes, seguida pelo rim (6.320 transplantes), medula óssea (3.743) e fígado (2.454).
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Uma importante mudança nesse cenário é evidenciada pelo depoimento do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que observa a transformação do Brasil nesse campo: "Eu me lembro, na minha última gestão como ministro da Saúde, que era muito raro encontrar transplantes hepáticos no país. Era algo que não acontecia há 10, 15 anos.
Hoje o Brasil é o país que mais faz transplantes em sistema de saúde pública do mundo. Todo ano estamos batendo recorde." No entanto, a espera por um transplante de córnea no Brasil continua sendo um desafio para muitos.
De acordo com um levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), em 2024, a média de espera para esse procedimento era de 194 dias, pouco mais de seis meses.
A fila de espera para transplante de córnea quase triplicou nos últimos 10 anos, passando de 10.734 em 2014 para 28.937 em junho de 2024. Para lidar com essa demanda crescente, o Ministério da Saúde anunciou um aumento de 50% nos recursos destinados à compra do líquido essencial para a preservação das córneas, visando ampliar o acesso ao transplante pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Esse ajuste, que não era realizado desde 2003, promete ter um impacto positivo nessa área crucial da saúde. Além disso, a pasta também pretende revisar o regulamento técnico do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) com o objetivo de reduzir o tempo entre a doação e o transplante.
Uma das propostas inclui a implementação de um teste que avalie, à distância, a compatibilidade entre o doador e o receptor do órgão, visando agilizar e aprimorar o processo. Atualmente, essa avaliação é realizada apenas em alguns estados brasileiros, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Piauí e Pernambuco.
Diante desse panorama, é fundamental continuar avançando em políticas e ações que possibilitem mais transplantes e reduzam as filas de espera, garantindo um acesso mais rápido e eficaz aos procedimentos, contribuindo para a melhoria da saúde e qualidade de vida dos brasileiros.