Teresina pode renovar decreto de emergência na saúde pela terceira vez

Prefeito Silvio Mendes avalia prorrogação da medida diante de crise na FMS e mudanças na direção

Por Carlos Sousa, 04/07/2025 14:59 - Atualizado às 17:00

A Prefeitura de Teresina avalia renovar, pela terceira vez, o decreto de situação de emergência na área da saúde. A medida, em vigor desde janeiro de 2025, permite à gestão municipal adotar providências excepcionais para enfrentar a crise na rede pública, incluindo contratações emergenciais de serviços e compras de medicamentos sem licitação.

Foto: Reprodução | Arquivo Semcom

Fundação Municipal de Saúde (FMS)

A primeira edição do decreto foi publicada no início do ano com validade de 90 dias. A renovação mais recente foi assinada em 14 de abril e tem vigência até julho. Segundo o prefeito Silvio Mendes (União Brasil), a complexidade da situação enfrentada pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) justifica a possibilidade de uma nova prorrogação. “Provavelmente devemos renovar o decreto sim, porque tem muitas pendências. É muito complexa a situação da fundação”, afirmou.

Durante entrevista, o prefeito também comentou a recente troca no comando da FMS. O dentista João Pádua assumiu interinamente a presidência da fundação após a saída de Charles Silveira, que pediu exoneração alegando divergências internas na condução do órgão. Mendes afirmou que a nomeação de Pádua é temporária e que a escolha definitiva para a presidência será feita com cautela. “Eu não vou pedir esse sacrifício do Pádua, porque é sacrifício. Ele fica provisoriamente respondendo pela presidência. A direção toda continua, porque são pessoas experientes”, declarou.

O prefeito, que já foi presidente da FMS por 12 anos, destacou que a direção atual foi formada com base em critérios técnicos e mérito ao longo do tempo. “Aquela direção é antiga, e ao longo dos anos, a gente foi pescando e convencendo as pessoas a aceitarem esse desafio”, disse.

Silvio Mendes também reconheceu a dificuldade de encontrar profissionais qualificados dispostos a ocupar cargos de gestão na saúde pública. “É um mercado muito difícil. Encontrar profissionais qualificados dispostos a ganhar pouco e lidar com muitos problemas não é tarefa simples. Mas o Pádua me prometeu empenho, e eu agradeço a ele”, finalizou.

A possível prorrogação do decreto ocorre em meio a outras medidas voltadas à reorganização da saúde municipal, incluindo mudanças na folha de pagamento dos servidores da área e articulações políticas para garantir repasses do governo estadual. A expectativa é que a definição sobre a renovação do decreto seja tomada ainda neste mês.

Fonte: FMS