Em combate ao covid-19, startup desenvolve respiradores de baixo custo no Piauí
Enquanto um respirador industrial custa em média R$ 50 mil, esse custará em média R$ 6 mil
Em combate a pandemia do novo coronavírus, a ciência desenvolvida no Piauí avança no auxílio e assistência a pessoas. A startup Tron Ensino de Robótica Educativa apresentou neste sábado (25) mais detalhadamente do Air Tron, um respirador de baixo custo que foi desenvolvido por piauienses e chega à fase de aprovação.
O projeto do Air Tron foi desenvolvido com o apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da UniPAR, sendo um ventilador mecânico com os requisitos mínimos para ajudar no tratamento da Covid-19. O equipamento possui sensores de pressão, fluxo e saturação de oxigênio, além de ventilação controlada e perfis de ventilação assistida.
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Produto foi lançado por meio de uma live no Youtube (Foto: reprodução)
De acordo com Gildário Lima, diretor da Startuo, o protótipo foi desenvolvido com supervisão de médicos, fisioterapeutas, infectologistas e engenheiros elétricos.
“A ventilação assistida trabalha de maneira fácil e, tendo em vista a carência de pessoas especializadas na área, é possível utilizar a telemedicina. A distância, o profissional pode acompanhar, e isso ainda é possível ajudar a prever erros, sendo que qualquer manuseio incorreto será informado à uma central de monitoramento”, explicou o pesquisador.
Estima-se que uma das principais diferenças entre o Air Tron e os demais respiradores disponíveis no mercado seja o preço. Enquanto um respirador industrial custa em média R$ 50 mil, esse custará em média R$ 6 mil, podendo haver ainda alguma alteração no preço.
Na segunda- feira (27), haverá novos testes com maior robustez dos cinco protótipos já desenvolvidos e então o produto deve ser enviado para chancela da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O governador Wellington Dias, afirmou que vai apoiar com equipe de técnicos todo o processo de avaliação da Anvisa e que espera que os aparelhos possam estar em uso o mais breve possível. Wellington pontuou ainda que vai criar um modelo de apoio à ciência por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Piauí (Fapepi) para apoiar projetos como esse.
“Estamos em uma “situação de guerra” e temos a ciência como uma grande aliada. O que esses piauienses fizeram vai poder salvar milhares de vidas e com um preço muito acessível. Nesse momento de crise, estamos sendo extorquidos pelo mercado. Com o preço do dólar nas alturas e sendo a maioria dos produtos importados, sem contar que ainda há uma burocracia muito grande para a chegada desses produtos. Sendo fabricado aqui no Piauí, facilita, inclusive, a manutenção. Com a grande demanda no mercado, as empresas existentes já estão falhando com os prazos”, enfatizou Wellington.
A Tron também desenvolveu uma máscara respiratória de material biodegradável, de baixo custo, reutilizável e que pode ser produzida em impressoras 3D domésticas. A solução já começa a ser replicada em países como EUA, Portugal, Espanha, Itália e República Tcheca. No Piauí, as máscaras são doadas a profissionais de saúde da rede pública.