Taxa de sobrevivência dos óvulos no descongelamento é de 95%, diz especialista

Celebridades como Tata Werneck e Juliette estão entre as mulheres que optaram pelo procedimento que mais cresce nas clínicas de Reprodução

Por Carlos Sousa,

O congelamento de óvulos se consolida como alternativa segura para mulheres que desejam adiar a maternidade, com taxa de sobrevivência de 95% no processo de descongelamento, segundo especialistas da área de reprodução humana. O procedimento, que utiliza a técnica de vitrificação, permite preservar a fertilidade feminina enquanto a mulher prioriza outros aspectos da vida, como carreira profissional ou a busca pelo parceiro ideal.  

Foto: ReproduçãoCriopreservação
Criopreservação

 
“A vitrificação revolucionou o congelamento de óvulos, elevando as taxas de sobrevivência para 95% no descongelamento. Isso significa que, de cada 10 óvulos congelados, aproximadamente 9,5 sobrevivem ao processo quando utilizados posteriormente”, explica o Dr. Alfonso Massaguer, diretor da clínica Mãe e especialista em Reprodução Humana. 
 
Entre 2020 e 2024, o número de óvulos congelados praticamente dobrou no Brasil, com aumento de 96,5% — passando de 56.710 para 111.413, segundo dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio). O crescimento foi ainda mais expressivo entre mulheres com menos de 35 anos, faixa em que o avanço chegou a 98%, com 4.300 ciclos realizados em 2023, contra 2.193 em 2020.  
  
A atriz e apresentadora Tata Werneck, 41 anos, é uma das celebridades que recentemente optou pelo procedimento. Em março, ela compartilhou em suas redes sociais que realizou um novo processo de congelamento de óvulos.  
  
Outra personalidade que aderiu à técnica foi a cantora e ex-BBB Juliette Freire. A cantora Ludmila engravidou após o descongelamento e teve um bebê saudável. "O aumento na procura pelo congelamento de óvulos reflete uma mudança no planejamento familiar das brasileiras. Mulheres estão priorizando estabilidade profissional e financeira antes da maternidade, e a tecnologia permite que essa escolha seja feita com segurança”, analisa Dr. Massaguer.  
  
Um levantamento publicado pelo Jornal da USP indica que, mesmo tendo um custo para congelar óvulos e embriões, a procura pelo procedimento continua crescendo. O investimento para o congelamento pode chegar a R$ 25 mil, incluindo medicações, coleta e congelamento. Há ainda um custo anual de aproximadamente R$ 1.500 para manutenção do material coletado.  
  
 
O procedimento é especialmente recomendado para mulheres com menos de 35 
anos, quando as taxas de fertilidade feminina ainda são elevadas. “Terão maior 
probabilidade as mulheres que congelarem um maior número de óvulos em idade mais jovem. Assim, o melhor momento para congelarmos óvulos é antes dos 35 anos de 
idade. O procedimento pode ser realizado até com mais de 40 anos, mas a taxa de 
gravidez deverá ser menor. Ainda assim, é muito melhor um óvulo congelado com 40 
anos, que um óvulo à fresco (sem congelamento) após os 45 anos”, afirma o especialista. 
 
  
Pesquisas recentes mostram que o número de mulheres que se tornaram mães após os 40 anos cresceu 65,6% entre 2010 e 2024, passando de 64 mil para 106 mil. Na faixa etária entre 30 e 39 anos, o crescimento foi de 19,7% no mesmo período.  
  
O processo de congelamento envolve etapas como indução da ovulação, coleta dos óvulos e congelamento em nitrogênio líquido a -196°C. “Os óvulos podem permanecer congelados por tempo indeterminado, possibilitando inclusive uma gestação durante o período da menopausa, com preparo específico”, esclarece Dr. Massaguer.  
  
Segundo um estudo publicado na revista científica Human Reproduction, a chance de uma mulher ter filhos com óvulos coletados até os 30 anos é de 65%. A pesquisa acompanhou 1.500 mulheres que realizaram o procedimento em diferentes idades e avaliou as taxas de sucesso na fertilização posterior. "O congelamento de óvulos é hoje, sem dúvida, a melhor opção para as mulheres que desejam adiar a maternidade com a maior probabilidade de que realizarão esse sonho quando estiverem prontas", finaliza.

Fonte: SisEmbrio

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