Dia de conhecer a verdadeira vida de uma mãe de primeira viagem

Dia de conhecer a verdadeira vida de uma mãe de primeira viagem

Nunca me imaginei parindo de forma natural (Normal). Sempre me programei nos meus sonhos de mãe em ter um parto cesariano e desde as primeiras consultas com meu obstetra deixei claro isso. 

Quando você engravida recebe milhões de informações (palpites) de amigas mães, de pessoas mais velhas, de quem nunca foi mãe, mas que tem um sobrinho, enfim, de muitas pessoas. Isso pode deixar uma grávida bem confusa, mas o que sempre ouvi do meu médico que caiu como uma luva foi “o que serve para o seu vizinho nem sempre cabe em você, então se tem dúvidas me ligue”.

Esperando a hora do parto (Foto: arquivo pessoal)

Então, a cada consulta eu tive a certeza de que eu queria ter um parto cesariano. Sempre tirando dúvidas com o Dr. Normany Rocha, que me acompanhou durante todo esse processo gestacional. Eu escolhi me consultar com Dr. Normany por indicação de uma amiga, que tinha feito todo o pré-natal com ele.

Mas à medida que se aproximava cheguei a mudar de ideia, de tanto ouvir “a recuperação é melhor, tu vai se arrepender”. Faltando 15 dias para as 40 semanas de gestação pedi para mudar o parto e que a gente aguardasse ele vir. Mais uma vez, respeitando minha vontade, meu obstetra me ajudou, mas também me perguntou o porquê da mudança e eu respondi que era por conta da recuperação.

Logo ele começou a me explicar as diferenças: no máximo em três dias você está melhor, é como uma cirurgia qualquer que você deve ter cuidados, mas nada tão doloroso e insuportável. O desconforto maior sempre é no segundo dia. E sua alimentação volta ao normal no segundo dia pós-parto.

Então falei que iria esperar se aproximar mais do prazo final, caso ele venha de forma natural e se eu não aguentasse a dor pediria o parto cirúrgico. Resumindo: Igor Fernando não veio naturalmente e na última consulta agendamos para dia 17 de maio o parto. Eu já não tinha mais medo da recuperação, confesso que nessa ultima semana queria ter meu filho nos braços o mais rápido possível.

Sempre aproveitava essas consultas para conhecer o serviço prestado na maternidade do hospital onde meu obstetra trabalha. E eu me encantei com cada detalhe, fazendo com que eu escolhesse aquele local para o nascimento do meu filho. Eles têm uma equipe completa de apoio à mãe e ao RN.

O grande dia 

Então chegou o tão esperado dia do nascimento do Igor Fernando, dia 17 de maio de 2019. Eu, como a louca da organização que sou, estava com tudo pronto e revisado mais de 100 vezes, mas como nada sai do jeito que a gente programa começou os imprevistos.

Meu marido acordou cedo e eu fiquei um pouco mais na cama, já que deveria ficar em jejum e olhar para o café da manhã seria uma tentação. Por voltas das 06h30min resolvi levantar e começar a me arrumar (já havia feito cabelo, unha e depilação na véspera da data). Tomei um banho, coloquei apenas meu vestido, nada de brincos, colar ou perfume, e logo fiquei pronta para sair. 

Com minha mãe no centro cirúrgico (Foto: arquivo pessoal)

As 07h30min da manhã saímos de casa e uma chuva torrencial nos acompanhou ate o hospital. Meus pais já nos aguardavam na maternidade, mas o transito estava congestionado, muita água pelas ruas, que seria melhor ir de barco (quem mora em Teresina sabe do que estou falando). Chegamos “atrasados”, por volta de 9horas, estressados e ansiosos. 

O parto estava previsto para as 10 horas da manhã, logo que cheguei fui encaminhada para o quarto. Lá pude organizar tudo para a chegada do meu filho. Nesse tempo de espera até entrar no centro cirúrgico muita conversa para descontrair, até que às 11 horas fomos chamados (eu e minha mãe que me acompanhou em tudo lá dentro). 

Ao entrar, fui logo sendo bem recebida pelo meu médico e sua equipe. Colocaram o acesso e logo veio o anestesista conversar comigo antes de iniciar o processo. Confesso a vocês que a parte da anestesia me deixou tensa, na primeira aplicação levei uma espécie de choque e o reflexo foi um chute. Logo após comecei a sentir o formigamento na parte inferior do corpo, náuseas e muito calor (o anestesista sempre controlando tudo). 

Antes de iniciar o parto minha mãe entrou e em menos de 5 minutos escutamos o choro do nosso menino. Não me contive e chorei também. A enfermeira trouxe até mim, eu não conseguia olhar para ele direito, peguei nele tão rápido, pois elas levaram para limpar e arrumar ele para irmos para o apartamento.

Igor no pano (Foto: arquivo pessoal)

Minha mãe sempre acompanhando meu filho. E eu já não cabia de ansiedade de pega-lo no colo. Após alguns minutos a cirurgia acabou e fui encaminhada para sala de recuperação, lá pude ter o primeiro contato real mãe e filho através da amamentação, uma sensação indescritível. No apartamento papai e vovô materno aguardavam nossa chegada, os olhinhos do papai brilhavam de emoção ao pegar o filho no colo. 

Papai e neném (Foto: arquivo pessoal)

Foi uma tarde de aprendizado, calmaria e descanso. Digo isso porque, apesar de ter sido agraciada pelo curso da Ariane (consultora em amamentação – farei uma postagem sobre isso) tive o apoio da equipe da maternidade para a missão de alimentar o meu filho, estava aprendendo na pratica o que vi na teoria. O Igor Fernando sempre foi um bebê tranquilo, então pude descansar e curtir os momentos com ele.

Muitas visitas durante o dia (Foto: arquivo pessoal)

No dia seguinte eu já levantei, tomei banho e estava bem. Meu filho teve seu primeiro banho dado pela vovó materna, então estávamos os dois prontos para recebermos nossas visitas. Foi um dia intenso de visitas e eu como mãe confesso que fiquei tensa e exausta, muita conversa, risadas e a maioria das mamães querem silencio e paz, mas nosso costume é assim. Quem me ligava ou mandava mensagem eu apenas pedia para nos ver quando eu estivéssemos em casa. A noite nesse dia foi longa, o Igor Fernando começou a ficar irritado em mamar apenas o colostro, ele não saia de cima de mim, chorava muito, eu e o pai dele ficamos sem saber o que fazer e após muita insistência minha com ele no peito não aguentei e pedi ajuda a enfermeira de plantão.

Meu filho estava com fome, o leite não descia e ele teve que ir para a fórmula. No domingo constatamos os resultados dessa “falta de leite”, ele havia perdido muito peso, então eu acabei tendo alta e ele não. Passamos mais um dia internados, eu estava sendo orientada por uma fisioterapeuta e uma pediatra a sempre dar o peito antes da fórmula, além de beber muita agua para ajudar na produção de leite e assim fiz.

O Igor Fernando ficou dependendo da fórmula até o meio dia do domingo, a partir daí ele começou a rejeitar e querer apenas o peito. Era sinal de que já tinha leite suficiente para ele. Na segunda-feira fomos pesar nosso bebê e ele havia recuperado o peso perdido, tivemos alta e fomos iniciar nosso resguardo na casa da vovó Vera... Mas aí já é assunto para o próximo post.

E para falar comigo é só escrever para [email protected]

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