One on the nail and one on the horseshoe?

Por Josenildo Melo

21/03/2024 11:04
Atualizado 14/05/2024 | 03:13

Uma no cravo e outra na ferradura. A expressão popular é usada em algumas regiões do Brasil e exprime a situação quando o inábil ferreiro – que ferra cavalos – acerta uma vez no cravo para fixar a ferradura no casco, e outra na ferradura, desperdiçando esforço. Você pensa que a semana é apenas Santa? Tem outros atributos por detrás dela? O forte e lucrativo mercado. Fontes clericais nos confidenciam que é uma das semanas mais arrecadatórias. Em que mundo você vive? Perceba quem sempre está no entorno de sacristias e altar como vivem. No mudo jaz o maligno; nunca esqueça. E geralmente os que enriquecem às custas da Igreja de Cristo estão sempre pactuados com poderes políticos. É sempre um no cravo e outro na preciosa ferradura!

Veja o que diz um célebre pesquisador da Yale University: “A história do desenvolvimento da doutrina leva em conta as edições textuais de Marcião só porque elas incorporam os temas teológicos da separação que ele fazia da lei e do evangelho. O cânon dele também pertence a essa história. Para isso, sugeriu-se que “se o cânon de Marcião estava de alguma maneira na escritura, ela foi a primeira escritura distintivamente cristã”, portanto, “Marcião é fundamentalmente responsável péla ideia do Novo Testamento”. Ele parece ter estabelecido sua dupla Escritura do “Senhor” (o evangelho de Lucas) e do “apóstolo” (as dez epístolas autênticas de Paulo, a saber, e nesta ordem: Gálatas, 1 e 2 Coríntios, Romanos, 1 e 2 Tessalonicenses Efésios, Colossenses, Filipenses e Filemon) em contraposição à dupla escritura da “lei e dos profetas”. Isso não é necessariamente a mesma coisa que dizer que não haveria um cânon cristão do Novo Testamento, a não ser para a oposição a Marcião. Havia uma tendência cada vez maior de citar escritos apostólicos como autoritativos, e ali parece ter sido o começo das coletâneas desses escritos (2Pe 3.16). Mas independente de algumas dessas tendências, a percepção de Marcião da antítese entre o Antigo Testamento e o evangelho puro e sua acusação de apostasia contra todos os apóstolos,menos Paulo, obrigou-o a expurgar os escritos cristãos que estavam em circulação e organizá-los em uma Escritura cristã que poderia contrabalançar a autoridade da Escritura judaica, que fora impingida à Igreja. Apesar de que seria uma simplificação excessiva dizer que o cânon cristão do Novo Testamento, como foi finalmente adotado, foi a resposta da Igreja ao cânon de Marcião, parece acurado dizer que o cânon de Marcião era sua resposta ao Antigo Testamento. Eis a realidade da vida!

Percebe o quanto perigosos são? Cuidado que a semana santa pode não ser tão santa. Alguns inescrupulosos cuidam de preparar os espíritos pra arrecadarem o impossível. Se alguns são capazes de “mudar as escrituras” o que não são capazes de fazer para arrecadar mais? Marcião não fundou uma escola, mas uma Igreja. De acordo com Orígenes, houve alguém que ensinava que Paulo estava assentado à direita de Cristo no céu; e Marcião, à esquerda. Cuidado. Semana Santa pode servir de propósito arrecadatório por parte de inescrupulosos. Pra suprir seus “prazeres” e que custam caro; muitos costumam não respeitar nem paixão, morte e ressurreição de Cristo. Ave Maria!