Inaptidão para governar
Inaptidão para governar
Com seus erros administrativos, com sua postura desrespeitosa, com sua “língua de trapo” que não mede consequências para agredir com palavras de baixo calão, Jair Bolsonaro corre o risco de ficar conversando sozinho.
O presidente tem dado provas insofismáveis de que não estava preparado emocional e intelectualmente para governar o Brasil. Não comportou ainda na mente dele a complexidade do nosso cargo público mais elevado.
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O exercício de qualquer função pública, seja eletiva ou não, exige aptidão, característica ínsita àquele que é capaz de realizar alguma coisa com um mínimo de qualificação primária.
No aspecto político-administrativo, intrínseca ao exercício da função de presidente da República, a aptidão implica na capacidade de realizar o que seja no mínimo considerável. Exige-se, pois, uma visão sistêmica do lugar a ocupar, uma percepção de atuação no todo quando ocupa, para que possa pensar e agir trazendo rendimentos para a elevação da função e para a sociedade em geral.
Bolsonaro, com o devido e necessário respeito, ignora até o mais elementar dos requisitos do cargo: a liturgia. Pode parecer bonito a quebra dessa liturgia para uma meia dúzia de asseclas e seguidores dele, mas é feio para a sociedade que sempre repudia o desleixo e o desprezo no exercício de qualquer função na condução e na defesa da coisa pública. No twitter, até posa de valentão quando agride repórteres e desafia o Ministério Público.
A expressão liturgia implica enaltecer a eminência da função, a grandiosidade do cargo, com a observância de uma postura e de um ritual que imprima respeito aos governados. Bolsonaro não respeita e por isso mesmo é desrespeitado.
Quanto mais alto o posto, seja ele político ou não, maior será a exposição do governante. Bolsonaro ainda não compreendeu nada disso. Não mostra dons que possam qualificá-lo para tanto. Não agrega valores humanos e sociais para demarcar um mínimo sequer de confiabilidade e respeitabilidade.
Pelos últimos acontecimentos nacionais, desequilibradamente transmitiu a pior imagem de degradação moral de um governante: a vulgaridade. Não é possível colocar o povo contra o povo! Uma mediocridade sem limite, uma banalidade sem nota.
“Um governante que não sabe nem ao menos formular argumentos convincentes para refutar uma acusação não merece governar” (Mário Pereira Gomes).
“O perigo do isolamento de Jair Bolsonaro é real. Para quem faz tudo para parecer que somente a derrota interessa, o caminho para o fracasso não poderia estar mais aberto e desimpedido. (...) Nem Temer no pior de seus dias foi tão mal” (colunista Ascânio Seleme).
Bolsonaro, definitivamente, não tem capacidade inata, congênita, talentosa, criadora e imaginativa para governar. Um homem com limitado discernimento. Infelizmente, um quase “sem juízo”!