Perseguição como “crime moral”

Perseguição como “crime moral”

A perseguição política é um dos sentimentos mais canalhas e covardes da humanidade. Sentimento que é atribuído a pessoas fracas e de caráter duvidoso. Moralmente baixas e que fazem uma opção de vida para humilhar, rebaixar, oprimir, abater e ferir pela soberba, pela cobiça e pela ganância outrem.

Uma chaga da humanidade! Um “crime moral”! O que motiva uma pessoa a perseguir outra? O que ela pensa? Na verdade, não se torna perseguidora e nem pensa nada sobre as consequências nefastas da perseguição. Nasce com uma deficiência de caráter. Têm convicção plena de que é assim que deseja ser na vida. E traça sua própria linha de personalidade com a “sanha diabólica” que lhe convier.

A perseguição tem muitas variáveis. Uma delas é fruto do egoísmo. A pessoa egoísta acha que o mundo foi criado para ela. Daí persegue uma pessoa ou várias pessoas. O sentimento de prazer em relação à dor de outrem é intenso. É ejaculatório! Sua arma é silenciar. E aparecer disfarçado. Que mal nenhum fez ou faz a ninguém. Com a cara de “santo sacana”.

No campo espírita, o “maligno” acompanha a pessoa perseguidora. Justamente pela mania de grandeza dela. Da literatura cristã colhemos uma passagem atribuída a Lúcifer: “Lá eu sou duro e covarde! Perseguidor do fraco e servil do forte! Impiedoso, invejoso e injusto por natureza! Sou assim, ainda que a natureza me tenha amaldiçoado!”.

A Psicologia traça a tese de que toda pessoa perseguidora tem traumas. Congênitos ou adquiridos. Traumas causados por tipos emocionais que ocorrem, por exemplo, com pessoas traídas amorosamente no casamento ou fora dele; ou por algum deslize comportamental. Acha que o mundo sabe da vergonha que passou. Com o egoísmo e o orgulho como aliados e agravando mais ainda sua linha de caráter, um vida marcada por uma série de eventos que acabam por definir grande parte da sua personalidade.

Resumidamente, a perseguição objetiva a busca pelo “delito moral” contra uma ou determinadas vítimas, muitas das quais indefesas ou sem condições para se defender. Enquanto houver a humilhação, enquanto a pessoa perseguida não estiver no chão, à perseguidora não haverá satisfação.

Infelizmente, ainda não evoluímos no âmbito do Direito Penal para punir a perseguição política como “crime moral”. Ainda que, hoje, exista um sem número de “mortos-vivos” vitimados. Com famílias marcadas por profundas cicatrizes, destroçadas pela dor intensa e irreparável que sofreram, inclusive com o perdimento de entes queridos pelo “terror” que é uma perseguição política.

Encontramos na Sociologia a tese de que toda pessoa perseguidora é, acima de tudo, canalha e covarde. Porque usa de todas as armas ao seu alcance para maltratar e subjugar vítimas, que sempre são escolhidas à maneira dela. Canalha porque é sociopata disfarçada: inspira confiança e expira maldade. Covarde porque agride quem não se defende ou não pode se defender, agindo por trás e fugindo pela frente com um cinismo inigualável.

A perseguição é um mal que nos ronda, insistentemente. Ninguém estará a salvo! Porque o discurso de uma pessoa que tem histórico de perseguição transparece “homilia” e “pregação”, mas, na verdade, tem uma intenção malévola, jogando a pedra e escondendo a mão. Encanta e cativa, disfarçadamente, passando impressão de “pureza”, de conciliação, de bondade ou de orientação para colher o que planta para deleite do próprio ego no futuro.

Desde o triste dia em que Caim se levantou contra seu irmão e o matou, a perseguição se espalhou por todos os quadrantes do universo. Do ponto de vista espiritual, é anterior aos eventos do Jardim do Éden, remontando ao tempo em que o orgulho de Satanás o fez desejar ser igual a Deus, para estimular o império da maldade. Significa dizer que quem persegue é comparado a Satanás.

Embora não seja uma maldição, Deus não abençoa a perseguição. Pelo contrário! Castiga-a! Mais cedo ou mais tarde as penalidades materiais e espirituais afloram e, invariavelmente, são dobradas. Para mostrar à pessoa perseguidora verdades da vida.

No Piauí, muitas famílias sofreram na própria pele os efeitos de uma perseguição política implacável. Impotentes, presenciaram, inclusive, perdas de entes queridos, que deixaram suas eternas lembranças e suas marcantes saudades covardemente humilhados pelo rancor e pela vingança, ressentimentos que persistiram – e persistem - por uma longa vida na mente doentia do indivíduo perseguidor.
 

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