Brasil: reflexo dos seus políticos
Brasil: reflexo dos seus políticos
Como os brasileiros podem ver, o País, na sua atual quadra política, passa pelo pior dos mundos, pois se encontra em delicada situação pelo fato da sua classe dirigente em vez de dar rumo certo ao Brasil, pelo contrário, ultimamente tem levado a Nação ao descalabro. Em primeiro lugar, em nome do poder pelo poder aplicou o golpe parlamentar-constitucional-judicial em 31 de agosto de 2016 que deteriorou o Estado Democrático de Direito deixando as instituições ao Deus-dará. Achando pouco, elevou ocupante ao Palácio de Planalto que não é capaz de governar o complexa máquina político-administrativa nacional. Com base nesses erros históricos da elite pátria, foi publicado artigo da minha autoria intitulado “Brasil: reflexo dos seus políticos” em 14 de setembro de 2004 no jornal Meio Norte, conforme abaixo, na íntegra:
A Proclamação da República veio para solucionar as mazelas arraigadas no Brasil Imperial. Como se pode observar na historiografia da Monarquia, a família real e a elite tupiniquim viviam às expensas do poder, em que a troca de favores imperava para satisfazer os interesses da classe dominante e, em contrapartida, apoiar desbravadamente o imperador D. Pedro II no Parlamento Monárquico. Dividido entre o Partido Luberal e o Partido Conservador, o monarca não tinha sossego na formação dos gabinetes porque os representantes da plutocracia não se entendiam no Parlamento na busca incessante por mais prestígio, o que transformava o gabinete numa balbúrdia.
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Com o alvorecer da República em 1889, o País mudou do ponto vista institucional, mas nem tanto na implantação de uma nova mentalidade política, porque herdou muitos vícios do passado. Para começar, o Marechal Deodoro da Fonseca nem queria se insurgir contra D. Pedro II, devido ao respeito que lhe reservava pelas benesses recebidas ao longo dos seus 49 anos de reinado, sobretudo depois da Guerra do Paraguai. O seu vice, Marechal Floriano Peixoto, que mais tarde veio assumir a presidência da República por causa da sua renúncia e morte, também só conhecia a experiência do poder absoluto monárquico e por isso tinha rompante autocrático.
O sobrinho de Deodoro da Fonseca, Marechal Hermes da Fonseca, exerceu a presidência como verdadeiro déspota, restringindo os direitos individuais, as liberdades democráticas e, portanto, agindo com mão-de-ferro. Já os presidentes Prudente de Moraes, Campos Sales, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha, Venceslau Brás, Delfim Moreira, Epitácio Pessoa, Arthur Bernardes e Washington Luís formaram a famigerada “República Velha”, ou melhor, o Coronelismo, que tinha uma economia essencialmente agrária, um forte poder nas oligarquias estaduais e os problemas sociais resolvidos na polícia. Ou seja, o Brasil continuava com donatários. Era a política do café com leite, em que os fazendeiros dos estados de São Paulo e Minas Gerais se revezavam no poder. Foi banida com a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas a mandatário do Brasil.
A Era Vargas, apesar do impulso que deu no processo de industrialização do Brasil, com vantagens trabalhistas para a classe operária, o estabelecimento de alguns direitos à população brasileira e o surto do desenvolvimento econômico e social que se instaurou no País, manteve a tradição do velho caudilhismo gaúcho de Borges de Medeiros e Julio de Castilhos, por negar a Constituição de 1932, que gerou a Revolução Constitucionalista de São Paulo; por promulgar a Constituição de 1934, que adiou as eleições presidenciais para 1938; e por outorgar a Constituição de 1937, que criou o Estado Novo ao implantar a ditadura no Brasil, que culminou com a deposição de Getúlio em 1945.
Em 1950, Getúlio volta ao poder pelo apoio das massas e suicida-se em 1954, devido às pressões e conspirações políticas. E por ato de algumas manobras políticas, Juscelino Kubitscheck, não obstante a sua vitória democrática, por pouco não assume a presidência da República. Jânio Quadros se elege presidente, mas sete meses depois renuncia ao poder; e João Goulart, o vice-presidente, assume-o em momento de conturbação nacional. Em 1961, institui-se um Parlamentarismo canhestro e, em 1964, o presidente é deposto.
Os militares impõem a ditadura no Brasil que vai até 1985, quando se retorna à normalidade democrática com a “Nova República”. Na fase de transição democrática, chega à presidência, com a morte de Tancredo Neves eleito no Colégio Eleitoral, o senador José Sarney, que mergulhou o País na hiperinflação. O presidente Collor de Mello foi afastado do Palácio do Planalto acusado de corrupção. Depois vieram os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, de triste memória, pois além de entreguista, governou o Brasil com um olho no mundo globalizado - dos poderosos estrangeiros - e o outro na elite nacional. E, por fim, Luiz Inácio Lula da Silva, que representa o primeiro governo popular do Brasil.