Bolsonaro, um doente da alma
Bolsonaro, um doente da alma
Eliane Brum, escritora, repórter e documentarista, autora dos livros de não ficção "Coluna Prestes - o Avesso da Lenda", "A Vida Que Ninguém vê", "O Olho da Rua", "A Menina Quebrada", "Meus Desacontecimentos”, e do romance "Uma Duas", diz que “Jair Bolsonaro é um perverso. Não um louco, nomeação injusta (e preconceituosa) com os efetivamente loucos, grande parte deles incapaz de produzir mal a um outro.
O presidente do Brasil é perverso, um tipo de gente que só mantém os dentes (temporariamente, pelo menos) longe de quem é do seu sangue ou de quem abana o rabo para as suas ideias. Enquanto estiver abanando o rabo – se parar, será também mastigado. Um tipo de gente sem limites, que não se preocupa em colocar outras pessoas em risco de morte, mesmo que sejam funcionários públicos a serviço do Estado, como os fiscais do IBAMA, nem se importa em mentir descaradamente sobre os números produzidos pelas próprias instituições governamentais desde que isso lhe convenha, como tem feito com as estatísticas alarmantes do desmatamento da Amazônia.
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O Brasil está nas mãos deste perverso, que reúne ao seu redor outros perversos e alguns oportunistas. Submetidos a um cotidiano dominado pela autoverdade, fenômeno que converte a verdade numa escolha pessoal, e portanto destrói a possibilidade da verdade, os brasileiros têm adoecido. Adoecimento mental, que resulta também em queda de imunidade e sintomas físicos, já que o corpo é um só”.
“Existem doentes da alma, quanto existem enfermos do corpo. O materialismo nega a própria natureza humana, que é espiritual e não material. Partindo dessa premissa falsa, conduz o homem a uma atitude errônea diante da vida e do mundo. Bastaria isto para mostrar a sua origem patológica. É uma distorção da realidade. Hoje sabemos, pelas pesquisas antropológicas, etnológicas e sociológicas, que nunca houve na Terra um só povo ateu. O homem é naturalmente religioso, pois, como afirmou Descartes, traz a ideia de Deus em si mesmo. O espiritismo nos mostra a existência da lei de adoração, lei natural que caracteriza a natureza humana. O materialismo nega essa lei e gera o desespero e a irresponsabilidade” (do espírito de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier).
Interiormente convencido, não tenho dúvidas: “Bolsonaro é um doente da alma!”.
Citado por Eliane, o psiquiatra Fernando Tenório diz que ele mesmo se descobriu adoecido meses atrás: “Fiquei muito mal, porque me senti quase um traficante de drogas legais. Estava tratando uma crise, que é social, no indivíduo. E, de certo modo, ao dar medicamentos, estava tornando essa pessoa apta a sofrer mais, porque a jogava de volta ao trabalho.” Na sua avaliação, o adoecimento está relacionado à precarização do mundo do trabalho nos últimos anos, acentuada pela reforma trabalhista aprovada em 2017, e foi agravado com a ascensão de um governo “que declarou guerra ao seu povo”. “O Brasil hoje é tóxico”, afirma.
Pior: Bolsonaro, com sua doença interior, conseguiu dividir até as famílias brasileiras. Os amigos, amigas,... Pior ainda mais: Prevalecendo entre eles e elas o lado mais imbecil e mais infame de toda essa tragédia político-social. “Cresce nos consultórios os casos de depressão provocados e alimentados pelo contexto político e social. (...) O sofrimento é agravado pela constatação de que as instituições não barram a violência do governo e do governante. (...) O cotidiano de exceção tem se infiltrado e realizado em milhões de pequenos gestos de autocensura, silêncio e ausência no Brasil. (...) Bolsonaro encarna a vanguarda messiânica-apocalíptica do mundo. (...) A guerra acontece quando a palavra, como mediadora, se extinguiu. (...) O que vivemos não é mal-estar, mas horror” (as frases de efeito de Eliane Brum).
“(...) Como enfrentar o horror? Como barrar o adoecimento provocado pela destruição da palavra como mediadora? Como resistir a um cotidiano em que a verdade é destruída dia após dia pela figura máxima do poder republicano? Rinaldo Voltolini lembra um diálogo entre Albert Einstein e Sigmund Freud. Quando Einstein pergunta a Freud como seria possível deter o processo que leva à guerra, Freud responde que tudo o que favorece a cultura combate a guerra”.
“Os bolsonaristas sabem disso e por isso estão atacando a cultura e a educação. A cultura não é algo distante nem algo que pertence às elites, mas sim aquilo que nos faz humanos. Cultura é a palavra que nos apalavra. Precisamos recuperar a palavra como mediadora em todos os cantos onde houver gente. E fazer isso coletivamente, conjugando o nós, reamarrando os laços para fazer comunidade. O único jeito de lutar pelo comum é criando o comum – em comum”.
“É preciso dizer: não vai ficar mais fácil. Não estamos mais lutando pela democracia. Estamos lutando pela civilização” – conclui de forma extraordinária a escritora.
Doente, o presidente do Brasil necessita conhecer os ensinamentos do espírito de Joseph Gleber, físico nuclear e médico desencarnado no Holocausto comandado pelo sanguinário Adolf Hitler, idolatrado por ele, Jair Bolsonaro. Nosso capitão anarquista, desrespeitoso, debochado, desqualificado e boca-suja, obsceno, precisa conhecer seus “chacras”, as propriedades do seu corpo espiritual contaminado pela maldade, sua obsessão doentia e tratar-se de suas inúmeras patologias, para que não possa se descuidar da influência de seus atos tresloucados, de suas palavras vãs e difamatórias, de suas ideias narcisistas e de suas emoções virulentas, provocativas,... Afinal, de seu deformado caráter!
Chega! Tem razão a máxima: Verdadeiramente, “o homem perverso semeia a contenda”.