Bolsonaro é pefelista

Bolsonaro é pefelista


O PFL, sucessor da velha Arena opressora e perseguidora, nasceu em 1985 como uma dissidência do PDS para apoiar Tancredo Neves na corrida à Presidência da República. Era apenas mais um “jogo sujo” de cartas marcadas para continuar no poder, dizem os analistas políticos. Hoje, apesar de se chamar Democratas (pejorativamente “demo”), seus ex-integrantes e os atuais da nova nomenclatura jamais perderam a “carapuça” de pefelistas.

Os pefelistas respaldaram todos os atos da infame Ditadura Militar, entre muitos, a saber:

•    fechamento do Congresso Nacional;
•    prática institucional da prisão, da tortura, do assassinato e do desaparecimento de pessoas do povo e de militantes políticos em todo o território nacional;
•    apoio à censura da imprensa e da cultura; 
•    perseguição e repressão aos movimentos populares e sindicais;
•    perseguição aos opositores de todos os matizes políticos;
•    repressão à Igreja Católica e aos religiosos que lutavam em defesa dos direitos humanos, etc., etc.

O médico Sidnei Liberal diz que com a morte de Tancredo Neves o então presidente José Sarney ampliou a participação do PFL no governo por longos cinco anos. Foi justamente aqui que “Toninho Malvadeza”, o pefelista-mor do Brasil Antonio Carlos Magalhães (falecido), tornou-se Ministro das Comunicações, responsável pela “farra” de distribuição de concessões de Rádio e TV para protegidos pefelistas, os aderentes da perseguição política, uma das formas mais covardes e sujas de se manipular e pressionar adversários políticos.

Formado por contumazes fisiologistas, o PFL também recebeu importantes cargos nos governos Collor e Itamar. Com seu fisiologismo escancarado, um “câncer” que ainda hoje acompanha muitos dos seus saudosistas, participou da aliança que elegeu Fernando Henrique Cardoso em 1994 e em 1998. Era impressionante como o poder e o dinheiro interferiam (e ainda hoje interferem) no comportamento de certos pefelistas, transformando-os em caráter e em emoções.

Os tempos áureos pefelistas - não há como negar - foram marcados pela perseguição política. No poder o PFL se transformava! Não olhava a cara da vítima! Olhando pelo “retrovisor da história”, o ex-deputado federal Mauro Benevides cunhou uma frase bem exemplar: “Ulysses foi um homem extremamente corajoso. Ele sempre teve a hombridade de resistir a todos os impactos daqueles que detinham o poder”.

De acordo com o médico Sidnei Liberal, os anos neoliberais que tiveram a participação decisiva do PFL no poder produziram na América Latina significativa desnacionalização de empresas estratégicas, sob as lideranças de Fujimori, Menen e Fernando Henrique Cardoso. Algumas dessas empresas de fundamental importância para a consolidação da soberania nacional. Nesse período, essa raça (para usar um termo do agrado pefelista) apoiou a “farra tucana da privataria”.

Assim, o Banestado foi vendido ao Itaú por 1 bilhão e seiscentos milhões de reais; o comprador ainda obteve um crédito fiscal de 1 bilhão e oitocentos milhões de reais. As dívidas com a União ficaram com o Estado. Outro exemplo clássico da farra: a privatização da Companhia Vale do Rio Doce. Empresa pública lucrativa e em permanente expansão. A empresa, avaliada em cerca de 60 bilhões, foi vendida por menos de 4 e paga com poucos meses do seu próprio lucro. Vários processos públicos contra a roubalheira tucano-pefelista se movem no Supremo a passos de tartaruga.

Antes de se tornar DEM (democratas ou “demo”, como queiram), o PFL buscou várias denominações: PMD (Partido da Mudança Democrática), PML (Partido da Mudança Liberal), PRD (Partido da Renovação Democrática), PRL (Partido da Renovação Liberal), PLD (Partido Liberal Democrático), PDL (Partido Democrático Liberal), PLB (Partido Liberal do Brasil) e PCD (Partido de Centro Democrático). Um verdadeiro “samba do crioulo doido” da época.

Se você parar para refletir perceberá que o atual governo Bolsonaro exerce as mesmas práticas políticas do pefelismo. Lembrando que em 2005 o atual presidente da República era filiado ao PFL. O hoje DEM que apoiou o impeachment de Dilma e se tornou sócio dos governos Temer e Bolsonaro.

Historicamente, os pefelistas e ex-pefelistas sempre tiveram na família um grande “negócio de política”. Locupletaram-se, como afirmou certa feita em público o ex-senador pelo Piauí, Hugo Napoleão. Tiveram muitos seguidores. Entre tantos, familiarmente, Jair Bolsonaro é o mais exagerado. Muito preocupado com os filhos usa até o cargo que ocupa para defender os “pimpolhos” de ações nada republicanas.

Ricardo Costa de Oliveira, au¬¬tor do livro “O Silêncio dos Vencedores”, doutor em Ciências Sociais e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), fazendo alusão à política do Estado do Paraná, mostra que a cena política brasileira foi sempre dominada por famílias. Para ele, a política vem se tornando negócio de família e negócio de ricos. E acrescenta: “A política é um grande negócio de família no Brasil. É uma das formas mais rentáveis e significativas de poder”.

Ainda hoje perdura o “ufanismo” de que os pefelistas familiarizados entre si “sabiam roubar”. Veja só! Há até gente que se vangloria disso até hoje. Com “ufanismo” ou não, discordo. Por conhecer a história, digo que eles nunca foram foi investigados como foram os petistas nos últimos tempos, implacavelmente.

Para relembrar, ainda em abril de 2012 foram publicados os dados criminais junto ao Tribunal Superior Eleitoral de todos os partidos brasileiros. Nenhum teve tantos políticos cassados por corrupção como o DEM, o antigo PFL. Na época, com 69 cassações, o partido foi o “campeão” do crime. Na ordem, seguido pelo PMDB, PSDB, PP e PTB.

O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, cunhou o seguinte pensamento: “Não existe corrupção do PT, do PSDB ou do PMDB. Existe corrupção. Não há corrupção melhor ou pior. Dos ‘nossos’ ou dos ‘deles’. Não há corrupção do bem. A corrupção é um mal em si e não deve ser politizada”.

Opinativamente, qual seria, então, o partido com mais políticos barrados pela Lei da Ficha-Limpa? Se você responder que é o PT erra redondamente! Segundo os dados oficiais divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, é o PSDB, seguido pelo PMDB e pelo PP. Não é surpresa, claro, mas uma verdade que mostra a outra face da moeda. Ainda que como “falsos moralistas”, eles sabem que o extinto PFL pariu o DEM e o PP.

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