A decisão de Firmino Filho

A decisão de Firmino Filho

A pré-campanha eleitoral para a sucessão municipal de 2020 em Teresina somente terá desenlace após a decisão do prefeito Firmino Filho, que escolherá o nome do pretenso sucessor.

Estrategicamente, o prefeito de Teresina envolveu até a oposição. Paralisados, os opositores de Firmino não tratam de outra questão senão a expectativa do anúncio do nome indicado pelo PSDB e pelo bloco político que faz a Prefeitura Municipal.

Após o anúncio, devemos aguardar as futuras pesquisas eleitorais para que seja identificada o mais rápido possível a polarização política com o pré-candidato Dr. Pessoa, já lançado e que começou a corrida sucessória na dianteira.

Em qualquer eleição é importante que se busque, de imediato, uma polarização de candidaturas. Sobretudo quando um candidato é apoiado pelo poder em exercício, seja ele federal, estadual ou municipal. É uma tendência natural.

Modestamente, pela minha experiência política, não consigo vislumbrar Firmino Filho tomando uma decisão precipitada no sentido de se afastar de um nome com possibilidade concreta para enfrentar em pé de igualdade o melhor candidato da oposição.

Salvo outra opinião, melhor juízo, o prefeito de Teresina tem usado a teoria de Anthony Downs, onde se insere a ideia do “eleitor mediano”, que reza que qualquer político não deve fugir muito dos(as) eleitores(as) mais centrados(as), aqueles(as) que impõem uma força centrípeta para induzir políticos a abraçarem suas preferências enraizadas no centro da opinião pública.

Em Teresina, frise-se, qualquer outro movimento na busca de um nome não identificado com esse(a) eleitor(a) abrirá flanco para uma candidatura contrária. Portanto, pelo que conheço bem - posso até errar -, a escolha do candidato de Firmino Filho caminhará, sim, para atender a segurança do eleitorado mediano e centrado da capital, especialmente para convergir à aceitação dos formadores de opinião pública.

A teoria ou o teorema de Downs considera a hipótese de que o candidato para ganhar eleição deve conquistar esse(a) eleitor(a) mediano(a). Toda eleição em Teresina, pós-fim do regime militar, sempre foi decidida levando-se em conta o pensamento desse eleitorado.

Pós-ditadura, bom ressaltar, todas as eleições em Teresina foram polarizadas. As duas disputas mais acirradas e difíceis tiveram como protagonistas Firmino Filho e Alberto Silva (1996); Sílvio Mendes e Adalgisa (2004). Por que, então? Porque o PSDB sempre buscou um nome que imprima segurança ao eleitorado mediano. Que é, sem dúvida, absolutamente decisivo em uma sociedade bem formada. O nome do pré-candidato, mais especificamente, começa pela aceitação desse(a) eleitor(a). Fugir da teoria é correr risco. Um nome de confiança com evidente possibilidade para se eleger.

Com certeza, o candidato de Firmino Filho não ficará no “vazio da polarização”. Não! Porém, há sete meses do pleito, a busca dessa polarização somente terá sentido com um nome que não necessite ser construído. No contraponto, pode-se indagar: “Por que nas duas sucessões citadas contra Alberto Silva e Adalgisa o PSDB precisou construir um nome?” Sim! Mas, observe-se, em cenários e em circunstâncias políticas adversas. Exceções que fugiram à regra.

A confirmação de uma polarização eleitoral acontece quando a população caminha na direção das extremidades, conduzida pelo(a) eleitor(a) mediano(a). Um exemplo clássico desse eleitorado mediano é o funcionalismo público da capital, aguerrido e capaz o suficiente para definir qualquer pleito eleitoral.

Bom lembrar que, politicamente, Teresina sempre foi uma cidade polarizada quando busca uma liderança para eleger e que saiba administrar a prefeitura, que imprima acima de tudo confiança na população, da base até o vértice da pirâmide social. Desde os áureos tempos de Wall Ferraz, com início em 1985, é difícil alguém quebrar esse elo, que ainda permanece muito latente, com Teresina compenetrando-se em saber escolher e eleger bem seus prefeitos de modo muito livre e consciente. E cada um fazendo história a seu modo, “en passant”.

Hoje, as pesquisas estão a mostrar um “vazio de polarização” entre pré-candidaturas já lançadas na capital.  E com certeza Firmino Filho está observando essa movimentação em torno desse vazio que precisa ser preenchido com um nome viável indicado por ele. A propósito, como regra, candidato viável acontece por si só; ninguém revela.

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