Bolsonaro, um ‘Napoleão de Hospício’
Bolsonaro, um ‘Napoleão de Hospício’
A psiquiatria ainda é muito associada aos hospícios, aquelas casas horríveis e tenebrosas que, infelizmente, servem para “armazenar” doidos com transtornos do humor, como depressões, bipolaridade, suicídios,...; e transtornos de ansiedade como a síndrome do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade generalizada, fobia social e outras fobias específicas, etc., etc.
Apaixonada por psicologia e comportamento humano, sendo grande estudiosa e influenciadora de temas como Psicologia Positiva e os impactos da felicidade na saúde física e mental, que Cursou The Science of Happiness pela University of California, Berkeley, a maratonista e praticante de Mindfulness, Tatiana Pimenta, diz que, “depressão, disfunções sexuais, ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo, bulimia, anorexia nervosa, dependência de drogas e doenças clínicas relacionadas às emoções são problemas tratáveis pela psiquiatria. A ideia de vincular a psiquiatria somente às psicoses é caso de pura desinformação. A psicose é somente uma das inúmeras alterações mentais da competência da psiquiatria”.
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O saudoso intelectual Ariano Suassuna dizia que gostava de gente doida. “Os doidos perderam tudo, menos a razão. Têm uma (razão) particular. Os mentirosos são parecidos com os escritores que, inconformados com a realidade, inventam outras”. Por gostar tanto de doido, Suassuna se considerava um deles: “Na minha família quem não é doido junta pedra pros doidos jogar no povo”.
Certa feita, nas redes sociais, o pe. Zezinho falou dos políticos doidos com microfone nas mãos. ‘Talvez um dia os povos dialogarão e nenhum dirigente louco no governo e na oposição incitará um lado contra o outro, com fogo nos olhos e espumando de raiva. Está nos vídeos e nas TVs em todos os continentes. Eles querem a guerra enquanto fingem querer a paz. Isto tem acontecido no mundo inteiro. E a loucura não fica apenas com os políticos doidos com microfone nas mãos. Os seguidores os imitam. O resultado é fome, sangue e delírio de grandeza entre ditaduras ou pseudodemocracias. Tudo em nome de algum “ismo”. Até de pacifismo e de cristianismo eles falam com raiva!…”, argumentou o padre.
Cientificamente, o doido, o louco ou retardado é aquele indivíduo com problemas mentais de saúde, com debilidade clínica, sem noção das coisas e dos seus efeitos maléficos ou não para a sociedade; o idiota é aquela pessoa ignorante, burra, sem cultura, incivilizado, ...
No cotidiano, na vivência e na convivência social, a diferença entre o doido e o idiota pode ser aquilatada assim: o doido faz a primeira merda que vier na cabeça e não tem consciência do que fez, ignorando a própria desgraça e o infortúnio alheio; o idiota tem consciência da merda, mas a faz mesmo assim achando-se útil, sobretudo para si próprio.
No Brasil dos dias atuais há muita gente intelectual da psiquiatria, da psicanálise e da psicologia achando que Bolsonaro é as duas coisas juntas: é um doido quando fala o que vem na mente, irresponsavelmente; é um idiota quando age pensando ser útil somente para ele e para os que o cercam e aplaudem.
O jornalista Octavio Guedes, da GloboNews, classificou o último pronunciamento de Bolsonaro em cadeia de rádio e TV da seguinte forma: “Nós assistimos ontem ao maior discurso de ‘Napoleão de Hospício’ da história da república brasileira. De Deodoro a Bolsonaro, ninguém teve uma postura tão radical de ‘Napoleão de Hospício’ como Bolsonaro. E eu não me refiro às faculdades mentais do presidente. Não, porque eu não sou psiquiatra e precisaria de um especialista para entender a mente do Bolsonaro...”.
Guedes se reporta a Napoleão Bonaparte, o político-militar que se fez Imperador da França e autor de frases ditatoriais celebrizadas: “Todo o homem luta com mais bravura pelos seus interesses do que pelos seus direitos”; “A História é um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo”; “A religião é aquilo que impede os pobres de matarem os ricos”; “O erro está nos meios, bem mais do que nos princípios”; “O ser humano não tem amigos. Somente os tem os seus sucessos”; “Uma revolução é uma opinião apoiada por baionetas”; “Em política, um absurdo não é um obstáculo”.
Sobre a debilidade mental de Bolsonaro, o psicólogo, professor da Universidade Federal Fluminense, doutor em Literatura pela PUC, com pós-doutorado em Semiologia da Imagem pela Sorbonne III e autor de 16 livros, Felipe Pena, disse o seguinte: "Nem precisa ir ao analista para fazer o diagnóstico. O Brasil está em perigo porque os brasileiros vivem em estado de negação e o ato falho está no poder".
“O presidente do Brasil é perverso, um tipo de gente que só mantém os dentes (temporariamente, pelo menos) longe de quem é do seu sangue ou de quem abana o rabo para as suas ideias. (...) Um tipo de gente sem limites, que não se preocupa em colocar outras pessoas em risco de morte,... O Brasil está nas mãos deste perverso, que reúne ao seu redor outros perversos e alguns oportunistas...” (Eliane Brum, escritora, repórter e documentarista).
Verdadeiramente, o ego de Bolsonaro, personalidade que, no âmbito psíquico, o influencia em seus comportamentos sociais e políticos, parece se enquadrar perfeitamente no conceito do poeta, contista e romancista alemão Charles Bukowski: “O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas. E as pessoas idiotas estão cheias de certezas”.
Em “Os males da ignorância”, o economista José Pio Martins cita o escritor George Iles, que alertou para o fato de que “a dúvida é o início, não o fim da sabedoria”. “A dúvida é o vestíbulo pelo qual todos precisam passar para adentrarem o templo da verdade”. Esta frase, de Charles Colton, indica que o homem sábio tem a obrigação intelectual de questionar as suas ideias e crenças, e submetê-las ao exame crítico da razão.