Moro x Bolsonaro – Coisa de Máfia

Moro x Bolsonaro – Coisa de Máfia

Quem diria, hein! Bolsonaro e Moro agora inimigos hostis! Protagonizam uma verdadeira “lavagem de roupa suja”. Moro x Bolsonaro: Cada um com sua acusação mais deprimente, que mais parece máfia, organização criminosa. Aliás, o Direito Penal demonstra que toda organização criminosa quando se desfaz por si sempre haverá acusação mútua.

Pela gravidade, há quem diga que Bolsonaro será preso como foram Lula e Temer. Segundo o ex-juiz, o presidente queria ter informações sobre as investigações sigilosas ou não da Polícia Federal. Especialmente sobre o envolvimento de filhos com os crimes através do “Gabinete do Ódio” instalado dentro do Palácio do Planalto.

Também pela gravidade das acusações de Bolsonaro contra Moro, este deveria ser preso quando é acusado de ter proposto ao presidente da República que a substituição do diretor-geral da Polícia Federal somente pudesse ocorrer quando ele, Moro, fosse nomeado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Uma proposta mafiosa!

.Não tenho dificuldade alguma para admitir que a história registrará Bolsonaro como o presidente mais irresponsável do Brasil. Como denunciou Moro, o pai governando para os filhos. Também não tenho dificuldade para compreender que Moro passou uma imagem de homem perigoso, que a princípio parece ser um quando na verdade é outro.

É fato! Moro escandalizou até então os crimes ocultos de Bolsonaro como presidente. Com a família dele presidente dentro do crime e cercada por investigação cujo desfecho será imprevisível.

Veja como o mundo dá muitas voltas: Moro elogiou o PT por ter mantido autonomia da Polícia Federal em seus dois governos. Para desmoralizar Moro, resta agora Bolsonaro dedurar como foi a farsa da prisão do Lula.

Em seu pronunciamento, Bolsonaro disse que Moro tentou usar a Polícia Federal para chantageá-lo por uma vaga no Supremo Tribunal Federal. "Você pode indicar o Valeixo em novembro, depois que o senhor me indicar para o Supremo Tribunal Federal", teria dito Moro, segundo Bolsonaro. Moro negou a acusação pelo Twitter. Do imbróglio pode-se colher a ideia fixa e tresloucada de Bolsonaro de ter a Polícia Federal sob seus pés, como uma “polícia do presidente”.

Recolhido em um sítio no interior de Minas Gerais, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau, disse que as declarações do ex-ministro da Justiça são graves e “se forem verdadeiros, os fatos relatados pelo juiz Sergio Moro ensejarão o fortalecimento de medidas judiciais já em curso no Supremo". Eros Grau foi um dos magistrados do Supremo que condenou réus no processo do mensalão.

A gravidade das acusações de Moro levou o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, a pedir ao STF abertura de investigação por oito crimes praticados por Bolsonaro, a saber: falsidade ideológica; coação no curso do processo – uso de violência ou ameaça contra uma pessoa em processo judicial ou administrativo, por interesse próprio; advocacia administrativa – promoção de interesse privado na administração pública; prevaricação – quando o agente público retarda ou não pratica ato previsto em lei para satisfazer interesse pessoal; obstrução de justiça; corrupção passiva privilegiada; denunciação caluniosa; e crimes contra a honra – calúnia, injúria e difamação.

Reportagens da grande imprensa denunciam que Moro suportou todas as desconsiderações e provocações de Bolsonaro e passou a grampeá-lo. Segundo as reportagens, Moro dispõe de uma série de mensagens de áudio e texto trocadas com Bolsonaro ao longo dos quase 14 meses em que participou do governo, com inúmeras conversas gravadas com Bolsonaro.

É ou não é coisa de máfia? Atividades que se submetem às conveniências de um e de outro como fazem os membros das gangs, das máfias e das organizações criminosas. Mafiosamente, Moro agora quer destroçar Bolsonaro. Bolsonaro, por sua vez, quer destruir a reputação do algoz. Como avaliou o jornalista Jeferson Miola, “Moro está para o fim de linha do Bolsonaro na presidência do Brasil, como o Fiat Elba esteve para o impeachment de Collor de Melo".

Para o jurista Miguel Reale Júnior, Bolsonaro age “como um bêbado, que a cada dia vai dando um sinal de bebedeira até o momento em que ele cai no meio do salão. Hoje ele caiu. Eu diria que se eu fosse o advogado do Bolsonaro, a única saída é arguir que ele é insano. Inimputável. E pedir exame de sanidade”.

“Moro não mostra que vale alguma coisa por revelar que Bolsonaro não vale nada. É só um oportunista que calcula para faturar politicamente um prêmio ainda maior, o de se eleger presidente da república", escreve a jornalista Luciana Oliveira.  “(...) Ratos fogem da água. É assim que se sabe que o casco de um navio está prestes a romper. Aqui na Amazônia, peçonhentos também correm em busca de local mais seguro quando o tempo chuvoso chega. Chamem como quiser, rato, cobra, aranha… Moro é um destes”, convence-se a jornalista.

Conclusão: tanto Bolsonaro como Moro devem ser punidos!

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