Brasil, nunca mais!
Brasil, nunca mais!
Esse movimento bolsonarista de defesa à liberdade de expressão como subterfúgio para proteger industriais das fake news e crimes duma família de bandidos violentos é o novo ”Lula Livre".
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Filipe Fortes de Oliveira Portela (Foto: divulgação)
Na aresta do Iceberg, tem-se a legítima irresignação com a má-observância dum preceito democrático sabidamente sagrado: o Devido Processo Legal.
Como se ficou a saber, Sérgio Moro atropelou o princípio acusatório sistematicamente para conduzir investigações no seio dos procedimentos de combate à corrupção na operação Lava-Jato, coisa que, infelizmente, não se limitou apenas ao réu Lula, condenado sem provas consistentes produzidas em contraditório judicial, apesar de todos os esforços do magistrado competente em colaborar ativamente com os órgãos oficiais de acusação.
Quanto ao atual inquérito de investigação da participação do governo na disseminação de mentiras-ofensas sistêmicas, divisamos que o próprio STF encarregou-se de deflagrar a iniciativa do escrutínio, que, a título de regra, caberia à Procuradoria Geral da República (Ministério Público), arrimando-se em interpretação no mínimo discutível do artigo 43 de seu Regimento Interno, de todo modo possivelmente inconstitucional.
No corpo da montanha de gelo, por sua vez, percebem-se em ambos os casos, tanto para Lula como para a Família Bolsonaro, esta mais uma caterva mafiosa mal-afortunadamente tão típica à nossa “cidade maravilhosa”, a subsistência de indícios iterados de práticas de crimes diversos que, em qualquer país sério com o peso de uma estoica Islândia, já seriam de longe e há muito tempo mais que suficientes, independentemente da consolidação das condenações judiciais cabíveis aos infratores da lei, para afastar figuras que se provaram inidôneas à constituição da vontade política coletiva: afinal, num país onde o mote premente é a desconfiança do povo em face dos donos do poder, seus representantes que não bem os representam, o legitimamente expectável do ponto de vista moral seria a manutenção duma postura, frente ao Estado e ao fazer político, de absoluto ceticismo, caução e desconfiança.
Não é isso, porém, o que se dá, claramente.
É que na base desse referido Iceberg, para a perplexidade de pobres leigos como eu e outros, que não se podem socorrer em Freud ou outros gênios da psiquiatria, já meros ossos enterrados, pulsa forte uma infausta e impávida dissonância cognitiva. O povo quer se iludir. A desilusão parece que dói mais que a morte. Seria uma morte em vida. Pobre povo brasileiro! Como diria o poeta da ditadura, não mais ditadura, mas apenas o glorioso regime militar instaurado pela gloriosa revolução de 1964:
Brasil, nunca mais!
Filipe Fortes de Oliveira Portela
Advogado Pós-Graduado em Direito da Seguridade Social e graduando em Direito Constitucional e Eleitoral (em andamento).