Fascismo - flagelar e decapitar cidadãos desobedientes
Fascismo - flagelar e decapitar cidadãos desobedientes
Em tempo de sucessão política nacional, um termo bem discutido no seio social é o “fascismo”. Segundo a Enciclopédia Italiana, o termo é derivado do latim “fasces”. Que para Peter Joahnstan, da Oklahoma Wesleyan University, designa um “feixe de varas amarradas em volta de um machado”. Para John Henderson, em “Antiguidade Clássica”, fascismo foi um símbolo de poder conferido aos magistrados na República Romana para flagelar e decapitar cidadãos desobedientes. Ficaram para a história como “fascistas”, um sinônimo de “terror político”.
Nas citações doutrinárias de Peter Davies, Derek Lynch, Roger Griffin, Aristotle Kallis Reich Wilhelm e Hawkesworth Mary, “fascismo é uma ideologia política ultranacionalista e autoritária caracterizada por poder ditatorial, repressão da oposição por via da força e forte arregimentação da sociedade e da economia. Embora os partidos e movimentos fascistas apresentem divergências significativas entre si, é possível apontar várias características em comum, entre as quais nacionalismo extremo, desprezo pela democracia eleitoral e pela liberdade política e econômica, crença numa hierarquia social natural e no domínio das elites e o desejo de criar uma comunidade do povo em que os interesses individuais sejam subordinados aos interesses da nação. Oposto ao liberalismo, ao marxismo e ao anarquismo, o fascismo posiciona-se na extrema-direita do espectro político tradicional”.
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O geólogo escocês John Horne deixou-nos dito que o fascismo defende ser necessária a mobilização da sociedade sob um estado totalitário de partido único para preparar a nação para o conflito armado e responder de forma eficaz às dificuldades econômicas. O fascista deseja um estado comandado por um líder forte, como um ditador, capaz de forjar a unidade nacional e manter a ordem e a estabilidade sociais.
Historiadores, cientistas políticos e outros estudiosos, - entre os quais David Renton – consideram no fascismo o autoritário e tirânico, que concentra as seguintes ideias:
1) As negações fascistas de anti-liberalismo, anti-comunismo e anti-conservadorismo;
2) Objetivos nacionalistas e autoritários para a criação de uma estrutura econômica regulada para transformar as relações sociais dentro de uma cultura moderna, auto-determinada;
(3) Uma estética política usando simbolismo romântico, mobilização em massa, visão positiva da violência, promoção da masculinidade e da juventude e liderança carismática.
Roger Griffin descreve o fascismo como "um gênero de ideologia política cujo núcleo mítico em suas várias permutações é uma forma palingenética de ultranacionalismo populista". E descreve a ideologia como tendo três componentes principais:
1) o mito do renascimento;
2) populista ultra-nacionalismo;
3) o “mito da decadência”. O fascismo é "uma forma verdadeiramente revolucionária, anti-liberal, multiclasse, e, em última análise, nacionalista anti-conservadora" construído sobre uma complexa gama de influências teóricas e culturais. Ele distingue um período entre-guerras quando se manifestou através de "partidos políticos armados" liderados por elites populistas se opondo ao socialismo e ao liberalismo e prometendo uma política radical para salvar o país da decadência.
Colhe-se da literatura que o fascismo é considerado como de extrema-direita por causa de seu conservadorismo social e meios autoritários de oposição ao igualitarismo. O estudioso Roderick Stackleberg coloca o fascismo - incluindo o nazismo, que ele diz ser "uma variante radical do fascismo" - do lado direito, explicando que "quanto mais a pessoa considerar a igualdade absoluta entre todos os povos para ser uma condição desejável, mais à esquerda vai estar no espectro ideológico. Quanto mais uma pessoa considera a desigualdade como inevitável ou mesmo desejável, o mais para a direita será".
Em 1919, Benito Mussolini descreveu o fascismo como um movimento "contra o atraso da direita e a destrutividade da esquerda". A Doutrina do Fascismo de Benito Mussolini era a seguinte: "Somos livres para acreditar que este é o século da autoridade, um século tendendo para a 'direita', um século fascista". O ditador esclareceu: “Fascismo, sentado à direita, também poderia ter sentado na montanha do centro...”. “Estas palavras, de qualquer caso, não têm um significado fixo e imutável: elas têm um assunto variável em localização, tempo e espírito. Nós não damos a mínima para essas terminologias vazias e desprezamos aqueles que são aterrorizados por essas palavras”.
Na análise política contemporânea, pode-se caracterizar o fascismo por uma "especificidade perturbadora", antidemocrática, que no regime italiano gerou perseguição da classe operária.
Na concepção de Roger Griffin, “o fascismo é deliberadamente e inteiramente não-democrático e anti-democrático. “Uma das críticas mais comuns e pertinentes do fascismo é a tirania a si inerente”.
Um dos fundamentos do fascismo é o ultranacionalismo, geralmente associado ao nascimento de um “mito” nacional. A propaganda Nazista na Alemanha, por exemplo, apresentava Hitler como um "homem novo" com origem no povo, contrapondo-se ao populismo de esquerda.
Na mente de um fascista passa sempre a ideia para eliminar da sociedade a raça de pessoas mais fracas em termos sociais e biológicos. Nas relações humanas, o fascista opera com o objetivo para promover indivíduos superiores e erradicar os fracos. Fascista rejeita o igualitarismo, alegando que preservar os mais fracos é promover ideias e políticas de “Darwinismo Social”.
Gaetano Mosca, jurista, cientista político, historiador e político italiano, em sua obra “A classe dominante”, desenvolveu a teoria que afirma que em todas as sociedades uma "minoria organizada" vai dominar e governar sobre a "maioria desorganizada". Mosca afirma que existem apenas duas classes na sociedade: "o governo" (a minoria organizada); e os "governados" (a maioria desorganizada). Afirma que a natureza organizada da minoria organizada a torna irresistível a qualquer indivíduo da maioria desorganizada.
*Nixonn Freitas Pinheiro é advogado