Ganhar e perder

Ganhar e perder

O discurso de Fernando Haddad foi deselegante, mesquinho e pequeno, não reconhece a derrota que veio da insatisfação com os mais caminhos do PT nos últimos anos, não enxergou que a corrupção desenfreada levou as pessoas a uma grande desilusão. Foi o doutor que pregou o amor que não soube respeitar os milhões de Brasileiros que escolheram o outro candidato e não se dignou a cumprimentar por sua vitória expressiva, o PT não aprendeu nada com a derrota? Faltou elegância ao Haddad, mas mais ainda mostrou-se pequeno para ter a hombridade de saber perder.

Fazer uma oposição ferrenha e incisiva é parte da democracia e é o que se espera dele, mas não teve a atitude de estadista que se esperava, o PT que ouviu de seus pares ao longo da campanha que precisa ser humilde e reconhecer seus erros, reaprender a ouvir as bases somente vociferou como criança mimada colocada de castigo, sem a menor intenção de melhorar.

A derrota significa momento de reflexão e de conserto, se não for capaz de entender isso o PT merece a pena imposta pelo povo, encolher até desaparecer. De outro lado o eleitor do Bolsonaro que acha que eleger um presidente com uma visão mais conservadora lhe dá licença para sair distribuindo bordoadas virtuais ou físicas realmente não entendeu nada!

O presidente não é um salvo conduto permanente da intolerância, o Bolsonaro não vai permitir que se persigam homossexuais, que sejam agredidas mulheres, que os negros e índios não sejam respeitados, vejam bem as leis e a constituição já asseguram essas categorias e a assunção de um novo presidente não as altera! Não vai ter arma pra distribuir na rua, não vai ter implantação da tortura nas ruas ou nada parecido, a república federativa do Brasil continua sendo a MESMA.

 O que mudou foi um sentimento interno de contenção que alguns segmentos perderam mas em breve terão que recobrar por que o império da lei persiste e sim elas continuam aplicáveis plenamente. A vitória de Bolsonaro não é a volta da ditadura militar, não é a instalação de um totalitarismo e não tem que ser vista ou considerada assim, vamos dar ao presidente somente a parcela de poder que lhe cabe. De resto é especulação e catastrofismo. Não estou satisfeita com os rumos do Brasil, muitos me decepcionaram com opiniões horripilantes, mas olha só não preciso entender que um conjunto de impropérios proferidos vá virar a realidade do país. Foco nisso.

*Ilana Alencar é Advogada

 

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