Pandemia da saúde mental com o bolsonarismo
Loucura que precisa ser reconhecida pela sociedade
Os últimos acontecimentos com bolsonaristas tentando incendiar Brasília com bombas levam as autoridades sanitárias a uma discussão no mínimo inusitada, de que estamos vivendo e convivendo com uma espécie da "pandemia da saúde mental" tendo como protagonistas os bolsonaristas tresloucados.
A quantidade de artigos acadêmicos e científicos sobre saúde mental dos bolsonaristas é alarmante. Saúde mental que envolve racismo, preconceito e discriminação. Um verdadeiro "abismo psiquiátrico".
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Ainda em 2022, em artigo publicado no no jornal francês Le Monde, com profundo estudo sobre "O perigo da psiquiatrização do bolsonarismo", Raquel Goveia Passos diz que "ao longo do governo Bolsonaro tivemos diferentes falas alegando uma certa insanidade ou “loucura” do presidente, e, agora, vemos pessoas pedindo pela “intervenção psiquiátrica”. É preciso problematizar que o que está sendo denominado de “loucura” precisa ser reconhecido como parte de um projeto de sociedade".
Vejam como essa gente colocou o Brasil, diante de um adoecimento psíquico. Antes não, mas, hoje, está-se levado a sério os atos dos bolsonaristas. Segundo Raquel demonstra no estudo, além da ridicularização e deboche em relação às palavras e atitudes tomadas por bolsonaristas, ocorre atualmente no Brasil "a psiquiatrização da extrema direita".
Por incrível que pareça ainda permeia na mente do bolsonarismo um "luto", uma "tristeza" e, porque não dizer, uma "revolta" com a derrota da eleição presidencial de 2022.
Para o psicólogo Jônatas Costa, essa tristeza e revolta insiste. Mesmo diante da verdade, irá se tornar um processo patológico agravado. Bolsonaristas ainda alimentam a esperança de que o "mito" deles voltará ao poder por ser um "enviado de Deus". Diante da constatação planejam acabar com tudo, desde que não acabem com Bolsonaro.
João Cezar de Castro Rocha, professor da UERJ, acredita que o bolsonarismo, em dissonância cognitiva coletiva, está em choque com a realidade. Antes das eleições difundiam a possibilidade de estas serem fraudadas na forma eletrônica de votação; que as forças armadas não iam aceitar os resultados adversos a Bolsonaro nas urnas. Logo em seguida à eleição de Lula espalharam que as forças armadas iam dar o golpe e garantir a continuidade de Bolsonaro no poder executivo da República; que com apoio do Exército, Bolsonaro havia prendido o ministro Alexandre de Morais, o que causou êxtase entre os manifestantes; que auditores argentinos tinham constatado que Bolsonaro havia vencido com 61% dos votos.
Sem nenhum senso de ridículo, diz João Cezar, os fãs de Bolsonaro o chamam de mito. Nada mais prejudicial à verdade que a mitificação de pessoas e coisas. Os mitos são líderes que anulam as personalidades dos liderados fanáticos, que passam a venerar e acreditar nas inverdades do líder.
No livro "Guerra Cultural e Retórica do ódio: Crônicas de um Brasil Pós-político", o professor João Cezar de Castro Rocha diz que o bolsonarismo pode ser explicado pela psicologia, a partir da teoria da dissonância cognitiva. “No livro está bem claro que a dissonância cognitiva capturou milhões de pessoas que passaram a se informar exclusivamente na midiaesfera extremista”, avalia o psiquiatra Fabiano Horimoto.
Na avaliação dos cientistas, a dissonância cognitiva não é um fenômeno recente. Horimoto explica que o criador da teoria foi o psicólogo social Leon Festinger, ainda na década de 1950. Naquela época, uma dona de casa chamada Dorothy Martin dizia receber mensagem do planeta Clarion. Os bolsonaristas de hoje - dizem - recebem mensagens de Deus pelo celular - basta lembrar das cenas nas ruas e rodovias daquela gente tresloucada clamando ao universo.
Fonte: Portal AZ