Aegea é a única interessada em leilão de saneamento no Piauí
Com proposta de R$ 8,6 bi, concessão busca universalizar água e esgoto no estado; contrato será de 35 anos
A Aegea Saneamento foi a única empresa a apresentar uma proposta para o leilão de concessão dos serviços de água e esgoto no Piauí, cujo prazo de entrega de ofertas terminou nesta sexta-feira (25). O leilão em si será realizado na próxima quarta-feira (30), e, caso aprovada, a proposta da Aegea envolverá investimentos de R$ 8,6 bilhões ao longo do contrato, que terá duração de 35 anos. Este valor será concentrado majoritariamente nos primeiros dez anos, com a meta de universalizar o abastecimento de água potável e o tratamento de esgoto até 2033, conforme o marco legal do saneamento básico.
O governo do estado comemorou a oferta da Aegea, especialmente após a ausência de propostas no primeiro leilão, ocorrido em agosto. Na ocasião, o mercado considerou as condições pouco atrativas, principalmente pelo pagamento integral da outorga de R$ 1 bilhão à vista. Nesta nova tentativa, o edital foi ajustado, permitindo que a outorga seja parcelada: R$ 500 milhões serão pagos no início das operações, enquanto o valor restante será quitado em 20 parcelas anuais de R$ 25 milhões. Segundo o secretário estadual de Administração, Samuel Nascimento, essa flexibilização foi fundamental para atrair o interesse da empresa.
A concessão abrangerá todos os 224 municípios do Piauí, incluindo áreas rurais da capital, Teresina. Atualmente, a cobertura de coleta e tratamento de esgoto no estado é de apenas 18%, e no interior é ainda menor, atingindo apenas 5% da população. "O desafio para universalizar os serviços é enorme e exigirá uma operação de grande porte, além de investimentos robustos", destacou Nascimento. A expectativa é que o projeto transforme a infraestrutura de saneamento local e melhore a qualidade de vida dos piauienses.
Reconhecida pela expansão nas concessões de saneamento, a Aegea já detém contratos em diversos estados brasileiros, incluindo a Corsan, no Rio Grande do Sul, e partes da Cedae, no Rio de Janeiro. O modelo de concessão e parceria público-privada, impulsionado pelo marco regulatório de 2020, permitiu à empresa consolidar sua presença no setor. No Piauí, ela já opera o abastecimento na área urbana de Teresina e poderá, agora, expandir suas operações para todo o estado, caso sua proposta seja aprovada no leilão da próxima semana.
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Fonte: CNN Brasil