Alta da energia e das carnes acelera inflação a 0,56% em outubro

Dos nove grupos pesquisados, oito apresentaram alta; energia elétrica foi a maior pressão

Por Dominic Ferreira, 08/11/2024 13:42 - Atualizado às 13:58

A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou para 0,56% em outubro, após ter registrado 0,44% no mês anterior. O resultado, divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (8/11), foi influenciado principalmente pelo aumento nos preços da energia elétrica residencial e das carnes, que elevaram os custos nos grupos de habitação e alimentação. O índice acumula alta de 3,88% no ano e 4,76% nos últimos 12 meses, superando o teto da meta inflacionária de 3%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2024.

Foto: Reprodução/Freepik/Imagem ilustrativa Tarifa verde

Inflação acelera para 0,56% em outubro, impulsionada pela alta da energia e das carnes.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito apresentaram alta. O grupo de habitação teve o maior impacto, com elevação de 1,49%, principalmente devido ao aumento de 0,20 pontos percentuais no custo da energia elétrica. Em outubro, vigorou a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescentou R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos, em comparação com o patamar 1 de setembro, que adicionava R$ 4,46. A inflação no grupo de alimentação e bebidas também foi significativa, com alta de 1,06%, impulsionada pelo aumento de 5,81% nos preços das carnes.
A alta nos preços das carnes, especialmente em cortes como acém, costela, contrafilé e alcatra, foi a maior desde novembro de 2020. Segundo André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE, o aumento pode ser atribuído a uma oferta reduzida devido ao clima seco e à menor quantidade de animais abatidos, além de um volume expressivo de exportações.
No setor de transportes, que registrou a única queda (-0,38%), a redução foi influenciada principalmente pela diminuição de 11,50% nas passagens aéreas. Esse recuo foi beneficiado pelas gratuidades oferecidas durante as eleições municipais de outubro. Combustíveis também tiveram leve retração, com destaque para a queda no etanol (-0,56%), óleo diesel (-0,20%) e gasolina (-0,13%).

Fonte: Correio Braziliense