Tesouro projeta déficit primário até 2026 e superávit só em 2027 no governo Lula

Contas públicas devem registrar déficit fiscal em todos os anos até o fim do mandato

Por Dominic Ferreira, 16/12/2024 15:48

O Tesouro Nacional divulgou, nesta segunda-feira (16), o Relatório de Projeções Fiscais, no qual prevê que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrará seu terceiro mandato com déficit fiscal em todos os quatro anos. De acordo com as projeções, as contas do Governo Central terão um déficit primário de 0,4% do PIB em 2025 e de 0,1% do PIB em 2026. Apenas em 2027 o cenário deve mudar, com um superávit de 0,6% do PIB, conforme as medidas de recomposição tributária e o controle das despesas.

Foto: Reprodução/Marcello Casal Jr/Agência Brasil Capa

rescimento econômico do Brasil deve permanecer em 2,7% ao ano entre 2024 e 2034, segundo relatório.

O relatório detalha que o déficit projetado para os anos iniciais do mandato será parcialmente resultado dos gastos com precatórios, que foram excepcionados para o cálculo das metas fiscais do PLDO 2025. Esse cenário reflete a estratégia do governo de equilibrar as finanças com um arcabouço fiscal, mas sem evitar déficits primários no curto prazo. O Tesouro espera que, após 2026, a trajetória fiscal se ajuste, com o aumento gradual da arrecadação e a redução dos gastos em relação ao PIB.
As previsões para os anos seguintes indicam uma recuperação fiscal. A partir de 2027, o governo projeta um superávit fiscal, que deve aumentar ao longo do tempo, atingindo 2,2% do PIB em 2034. A expectativa de crescimento econômico é de 2,7% ao ano entre 2024 e 2034, o que, aliado à queda gradual da taxa Selic até 2030, impulsionaria a recuperação fiscal, conforme o Tesouro Nacional.
Além disso, o relatório sugere um aumento nominal médio da massa salarial de 7,9% ao ano, o que contribuiria para a melhora da arrecadação e da capacidade do governo de atingir as metas fiscais. O Tesouro acredita que a implementação dessas medidas, aliada ao crescimento econômico sustentável, garantirá a transição para um cenário fiscal mais equilibrado no longo prazo.

Fonte: CNN Brasil