Chuvas irregulares fazem o Piauí perder 823 mil toneladas de grãos

Os dados são do IBGE. Equivale a uma queda de 12,52% em relação à previsão de janeiro

Por Carlos Sousa,

A produção agrícola de grãos no Piauí deve sofrer uma queda expressiva em 2025, com projeção de 5,7 milhões de toneladas — uma redução de 12,52% em relação à estimativa inicial feita em janeiro. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apontam a escassez de chuvas como principal responsável pela retração.

Foto: CNA/Wanderson Araujo/TriluxConab estima safra de grãos em 313 milhões de toneladas

O recuo representa uma perda de 823 mil toneladas no volume total de grãos, afetando especialmente culturas como soja, milho, sorgo, feijão, algodão, arroz e fava. Em contraste com o cenário estadual, a estimativa nacional indica uma safra recorde, com crescimento de 12,2% na comparação com o ano anterior.

Culturas mais atingidas

A soja, principal commodity agrícola do estado, deve apresentar queda de 489 mil toneladas (-12,09%), seguida pelo milho com menos 211 mil toneladas (-10%). As perdas mais intensas, no entanto, foram registradas em culturas de menor escala, como o feijão (-47,15%), sorgo (-46,34%), fava (-17,34%), algodão (-14,14%) e arroz (-8,72%).

Pedro Andrade, chefe da Seção de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, explicou que a estiagem foi determinante para os números negativos. “A falta de chuvas afetou fortemente a produção, sobretudo entre os pequenos agricultores que não dispõem de tecnologias suficientes para garantir a produtividade em situações climáticas desfavoráveis”, afirmou.

Segundo o IBGE, em algumas regiões houve perda total de áreas plantadas, principalmente nas lavouras de milho e feijão. A região do Cerrado piauiense, onde se concentra boa parte da produção em larga escala, também foi duramente atingida, com destaque para os municípios de Bom Jesus, Currais e Palmeira do Piauí.

Menor área plantada

Além da queda na produtividade, a estiagem contribuiu para uma retração na área plantada. Inicialmente, previa-se o cultivo de 1,85 milhão de hectares, mas a projeção atual reduziu esse número para 1,66 milhão — uma perda de 191,7 mil hectares. O milho foi a cultura com maior recuo de área (-83,8 mil ha), seguido por feijão (-68,4 mil ha) e sorgo (-17 mil ha).

Tendência de baixa continua

A nova projeção consolida uma tendência de queda pelo segundo ano consecutivo na produção total de grãos no estado. Em relação à safra de 2024, os números apontam uma redução adicional de 35,5 mil toneladas, equivalente a 0,61%.

Fonte: IBGE

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