BPC já supera Bolsa Família em gastos públicos em mais de mil cidades

Com crescimento recorde, benefício para idosos e pessoas com deficiência avança no país.

Por Redação do Portal AZ,

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) ultrapassou o Bolsa Família em volume de recursos públicos pagos em 1.167 municípios brasileiros. O dado chama atenção porque o Bolsa Família é historicamente o maior programa social do país.

Foto: Agência BrasilPrevidência Social
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O levantamento, feito pela CNN com dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), mostra que o BPC passou por uma forte expansão desde meados de 2022, com 31 meses seguidos de crescimento. Nesse período, o número de beneficiários aumentou 33%, alcançando 6,2 milhões de pessoas em março de 2025.

A alta expressiva é resultado de mudanças na legislação, no entendimento da Justiça e em regras de acesso ao benefício. Também contribuiu para esse cenário a reforma da Previdência de 2019, que dificultou o acesso à aposentadoria, levando muitos idosos a buscarem o BPC como alternativa.

Criado em 1993, o BPC garante o pagamento de um salário-mínimo por mês (hoje R$ 1.518) para idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência, inclusive crianças, desde que pertençam a famílias com renda per capita inferior a ¼ do salário-mínimo (R$ 379,50 mensais).

Mesmo tendo menos beneficiários que o Bolsa Família (6,2 milhões contra 20,5 milhões), o valor individual maior do BPC faz com que o impacto orçamentário seja significativo. Em 2025, o governo federal reservou R$ 112 bilhões para o programa, enquanto o Bolsa Família deve receber R$ 158,6 bilhões.

Entre os municípios onde o BPC já consome mais recursos que o Bolsa Família estão capitais como Curitiba, Recife, Campo Grande, Goiânia e Belo Horizonte, além de cidades menores como Itororó (BA), Agronômica (SC), Não-Me-Toque (RS) e Vitória Brasil (SP).

De acordo com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Antonio Anastasia, vários fatores explicam o avanço do BPC: a permissão para que mais de um membro da mesma família receba o benefício, o reconhecimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) como deficiência elegível, a aceleração na análise de pedidos do INSS e até o aumento real do salário-mínimo, que ampliou o número de famílias dentro do limite de renda.

Fonte: Com informações da CNN

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