Morre o renomado dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, aos 86 anos

Incêndio no apartamento resulta em queimaduras graves e internação do artista e de seus companheiros

Por Redação do Portal AZ,

O renomado dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa faleceu aos 86 anos, em São Paulo, nesta quinta-feira (06). Ele estava internado desde terça-feira (04), depois de sofrer queimaduras em um incêndio que ocorreu em seu apartamento, localizado em Paraíso (SP).

Foto: Garapa - Coletivo MultimídiaZé Celso foi vítima de um incêndio que aconteceu em seu prédio
Zé Celso foi vítima de um incêndio que aconteceu em seu prédio

Zé Celso estava dormindo quando o incêndio teve início, e a suspeita é de que um problema no aquecedor do apartamento tenha provocado o fogo. Ele foi resgatado por seu marido e posteriormente levado ao hospital por uma ambulância. Devido à gravidade de seu estado, o dramaturgo precisou ser imediatamente intubado, uma vez que 53% de seu corpo foi afetado pelas chamas.

Além de Zé Celso, estavam presentes no apartamento Marcelo Drummond, seu marido, bem como Victor Cor-De-Rosa e Ricardo Bittencourt, amigos do casal. Embora eles não tenham sofrido queimaduras graves, estão em observação no hospital.

Zé Celso: oito décadas de revolução

José Celso Martinez Corrêa nasceu em 30 de março de 1937, em Araraquara. Iniciou sua carreira na década de 1950, mas foi durante a década de 1960 que ele desenvolveu sua marca no Teatro Oficina, grupo que liderou enquanto integrava o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Ao longo de sua carreira, dirigiu, adaptou e colaborou com uma ampla gama de artistas, incluindo Augusto Boal, Henriette Morineau, Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Raul Cortez, Bete Coelho, Flávio Império, Chico Buarque, William Shakespeare, Nelson Rodrigues, Max Frisch, Bertolt Brecht e Máximo Gorki.

Em 1974, enfrentou problemas com a censura e partiu para o exílio em Portugal, onde fundou o grupo Oficina-Samba. Durante esse período, dirigiu dois documentários: "O parto", sobre a Revolução dos Cravos, e "Vinte e cinco", sobre a independência de Moçambique. Ele retornou a São Paulo em 1978 e liderou um movimento para manter o Teatro Oficina aberto, que foi rebatizado como Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, tombado em 1982 e reinaugurado em 1983.

Zé Celso era um crítico contundente do governo de Jair Bolsonaro. Em uma entrevista ao Brasil de Fato, em 2019, ele chamou o governo do ex-presidente de "imbecil" e criticou a extinção do Ministério da Cultura, afirmando que o governo não teria a capacidade de nomear um ministro competente para a área.

O falec

cimento de Zé Celso Martinez Corrêa representa uma perda significativa para o cenário artístico brasileiro. Sua contribuição revolucionária para o teatro e sua postura crítica em relação à política são marcas que ficam como legado.

O incêndio que resultou em sua internação e posterior falecimento é uma tragédia que abala não apenas seus familiares e amigos, mas toda a comunidade artística. A investigação sobre as circunstâncias do incêndio segue em andamento para esclarecer os fatos.

Zé Celso Martinez Corrêa deixa uma marca indelével no teatro brasileiro, sendo reconhecido por sua coragem e inovação. Sua ausência será profundamente sentida, mas sua contribuição duradoura para a cultura brasileira continuará a inspirar gerações futuras de artistas.

Fonte: Com informações do Correio Braziliense

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